O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, recebeu ontem, dia 17, em audiência, os co-presidentes da Comissão Interamericana para Produção de Etanol (CIE), o ex-governador da Flórida Jeb Bush, irmão mais novo do presidente dos EUA, George W. Bush, e e o ex-ministro Roberto Rodrigues.
No encontro, eles expuseram os objetivos da comissão: difundir o uso do etanol, criar condições para produção do biocombustível, principalmente na América Latina, e incentivar a formação de um mercado internacional para o produto, com sua transformação em commodity. Ao manifestar o apoio do governo federal à iniciativa do grupo, Stephanes disse que o Brasil continuará trabalhando para dar segurança de produção e abastecimento de etanol aos mercados interno e externo.
De acordo com o ministro, o Brasil pode dobrar a produção atual de etanol, de 17,5 bilhões de litros, em pouco mais de 10 anos, para atender o incremento da demanda global. O ministro afirmou que o país tem em torno de seis milhões de hectares plantados com cana-de-açúcar e cerca de 150 milhões de hectares disponíveis para a agricultura. A expansão da área para cana poderá crescer sem afetar o meio ambiente.
O mercado brasileiro também pode ser beneficiar com a transferência de tecnologia para o crescimento da produção e do consumo de etanol, destacou Stephanes. Segundo ele, o país tem condições de aumentar as exportações de tecnologia e equipamentos para a implantação de destilarias em outros países da América do Sul e da África. Maior produtor e exportador mundial de álcool combustível, o Brasil domina a implantação de sistemas de moagem de cana e de fabricação do produto.
O ministro ressaltou ainda que a comissão – uma iniciativa do setor privado com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – pretende disponibilizar recursos para apoiar a expansão da produção de etanol a partir de cana-de-açúcar tanto na América Latina quanto na África.
Stephanes observou ainda que a redução da tarifa cobrada pelos EUA à importação de etanol – hoje de US$ 0,14 por litro de álcool brasileiro vendido ao mercado norte-americano, mais 2,5% sobre o preço de importação – não ocorrerá a curto prazo.
Além de Stepahnes, Jeb Bush e Roberto Rodrigues, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, o ministro interino de Minas e Energia, Nélson Hubner, e o embaixador do EUA no Brasil, Clifford M. Sobel, participaram da audiência. Também estiveram na reunião o presidente da Embrapa, Sílvio Crestana, e os secretários Linneu da Costa Lima (Produção e Agroenergia) e Célio Porto (Relações Internacionais do Agronegócio). Durante o encontro, Sobel convidou o ministro da Agricultura para visitar áreas de produção de etanol nos EUA.