A São Martinho irá construir sua primeira planta de biometano com capacidade para produzir 15 milhões de metros cúbicos do combustível renovável por safra.
A nova unidade processará 100% da vinhaça gerada na usina Santa Cruz, localizada em Américo Brasiliense – SP.
“Neste volume, ao substituir o consumo de gás natural fóssil, o uso do biometano da São Martinho tem o potencial de evitar a emissão de até 32 mil toneladas equivalentes de gases de efeito estufa, quantia compatível com 91 mil viagens de caminhão entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro por ano, ou 250 viagens por dia”, afirma a companhia.
Com investimento aproximado de R$ 250 milhões, o novo negócio terá suas operações iniciadas a partir do segundo semestre de 2025 e faz parte de um plano diretor desenhado pela companhia com o objetivo de explorar a totalidade de seu potencial de geração de biometano a partir da vinhaça, cujo primeiro passo, estreado na unidade Santa Cruz, operacionaliza 20% desta ambição.
Os 80% restantes estão sendo avaliados conforme as vantagens competitivas e particularidades de suas três demais unidades, São Martinho e Iracema, também no interior de SP, e Boa Vista, no interior de GO.
Fabio Venturelli, presidente da São Martinho ressalta que a planta de biometano da Santa Cruz marca a entrada da São Martinho no mercado de gás natural de origem renovável e reforça o posicionamento da empresa em contribuir de forma efetiva para a transição energética rumo a uma economia de baixo carbono.
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“Esse novo negócio está alinhado ao nosso plano estratégico e nos permite aumentar a rentabilidade por hectare cultivado, gerando mais valor para nossos acionistas garantindo a produção de carbono renovável de menor custo. A produção do biometano tem início com 20% do nosso potencial, conectado ao sistema de distribuição via gasoduto e capaz de oferecer uma alternativa renovável a uma região com alto consumo de combustível fóssil”, destaca Venturelli, sobre o projeto que possibilitará atendimento a clientes por meio da venda de biometano pressurizado ou injetado a partir de rede de distribuição de gás na região de Araraquara, nordeste do estado de São Paulo.
“Ainda vale reforçar que a vinhaça biodigerida seguirá sendo utilizada como adubo orgânico nos canaviais da unidade, como era feito antes com a vinhaça in natura. É mais um grande exemplo de economia circular na São Martinho, transformando em receita o que, antes, era visto como resíduo, e contribuindo de forma sustentável para o avanço econômico no uso de fontes renováveis de energia”, conclui o presidente da São Martinho.
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Para essa iniciativa, a companhia conta com o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – no âmbito do programa BNDES Fundo Clima e do subprograma Energias Renováveis – e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) – do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Outra inovação trazida pela São Martinho, ao entrar nesse mercado, diz respeito ao modelo de negócio construído para exploração da oportunidade. Diferentemente de outros projetos anunciados, a São Martinho irá operar em um modelo no qual é proprietária de 100% da molécula de biometano gerada, com autonomia de produção e comercialização.
Dentre outros aspectos, isso proporciona independência para utilizar a molécula da melhor forma possível, como dar continuidade ao desenvolvimento de testes e pesquisas na direção de substituir a utilização do diesel em sua frota própria, principalmente em caminhões que requerem alta potência e torque quando submetidos às condições de uso da operação canavieira. Tais testes estão em andamento desde 2016 na São Martinho.