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Entidades propõem “agenda mais ambiciosa” para Bush e Lula

Uma agenda mais ambiciosa nas relações entre Brasil e Estados Unidos é a proposta defendida por entidades empresarias e que atuam nas relações bilaterais entre os dois países, conforme documento encaminhado na sexta-feira, 9 de março, aos presidentes George Bush, durante visita ao Brasil, e Luiz Inácio Lula da Silva. Um tratamento diferenciado na cooperação bilateral, comparável ao existente entre os Estados Unidos e outros países emergentes, como China e Índia, é uma das sugestões do documento assinado pela Amcham Brasil, Amcham RJ/ES, Confederação Nacional da Indústria (CNI), Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos (Cebeu), Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Instituto Ícone e Movimento Brasil Competitivo (MBC).

As entidades propõem a adoção de uma aliança entre Brasil e Estados Unidos para a conclusão bem-sucedida da Rodada Doha de negociações multilaterais, da Organização Mundial do Comércio. A agenda ambiciosa, sugerida no documento, inclui a realização de negociações comerciais preferenciais entre Brasil e Estados Unidos. “A cooperação na esfera multilateral deve ser complementada pelo relançamento das negociações comerciais preferenciais entre os dois países, em âmbito hemisférico ou bilateral, com o objetivo de assegurar maior acesso aos mercados para bens e serviços, fomentar os investimentos, a competitividade, e a inovação, bem como proteger os diretos de propriedade”, diz o documento.

Outro item refere-se à adoção de medidas que evitem a bitributação de investimentos realizados entre Brasil e Estados Unidos. No setor de biocombustíveis, o documento sugere o estabelecimento de cooperação de pesquisa nas áreas agrícola e industrial, a definição de normas e padrões globais para os produtos, investimentos bilaterais e em terceiros mercados, criação de infra-estrutura e redução de barreiras tarifárias. “O encontro dos presidentes do Brasil e dos Estados Unidos enseja esta manifestação em favor da construção de um relacionamento estratégico que possibilite a ampliação expressiva do fluxo de comércio e de investimento, bem como a sintonia da ação política e econômica, tanto no âmbito mundial como no hemisférico, resguardadas as especificidades de cada uma das nações”, afirmam as entidades.