Durante participação na segunda edição do Congresso Técnico Global Cana, realizada em Ribeirão Preto – SP, nesta quinta-feira (14), o pesquisador da Esalq, Fábio Marin, avalia que as manifestações climáticas proporcionadas pelo fenômeno El Niño devem permanecer até maio de 2024.
Em palestra com o tema Influência do clima na produção de cana-de-açúcar, Marin disse que a provável permanência do El Niño “vai regular e condicionar esse período em que a cana vai crescer, esse período de formação da cana para ser colhida no ano que vem”, disse.
Na avaliação de Marin, os meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro devem ser muito bons de chuva e com temperaturas acima da média, o que favorece bastante os canaviais.
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“A dúvida que a gente destacou está para os meses de março e abril. As previsões indicam que existe uma probabilidade dessa chuva cortar um pouco mais cedo. Então isso é uma informação importante para os tomadores de decisão que estão aqui no nosso setor. Tanto para regular o plantio do ano que vem, como para o início da colheita, porque é típico nos anos de El Niño, que essa chuva especialmente em abril ou já no final de março comece a ficar um pouco limitada”, explica Marin, alertando aos responsáveis pelo plantio, a tomar as melhores decisões.
No acumulado da safra 2023/24, iniciada em abril, a moagem de cana do Centro-Sul atingiu 125,38 milhões de toneladas, um avanço de 16,76% ante igual período da temporada passada, conforme dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA).
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“Se a expectativa de superar a marca de 600 milhões vier a se concretizar, é necessário que tal defasagem seja compensada, seja por um bom ritmo de colheita nos meses mais secos – que tem sido colocado em xeque pelo advento do El Niño – seja por um prolongamento da safra que até o mês de dezembro de 2023, ou antecipação do início do ciclo seguinte para março de 2024”, alertou a entidade que representa as usinas.