Brasil e os Estados Unidos devem se unir para promover o uso do etanol
como combustível alternativo à gasolina. A visita do presidente norteamericano George W. Bush ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, neste final de semana, pode reforçar esta aliança e já é esperada como um grande avanço para o mercado internacional do etanol.
O encontro entre os dois presidentes deve resultar em um acordo para incluir o etanol na lista de bens e serviços ambientais previsto no mandato negociador da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio
(OMC), segundo fontes do governo federal. Há uma expectativa de que as
barreiras tarifárias e não-tarifárias do etanol sejam eliminadas no médio prazo. Nos EUA, essas barreiras não seriam eliminadas pelo menos até 2008, uma vez que as tarifas de importação foram renovadas pelo Congresso dos EUA e valem até dezembro de 2008. Os EUA impõem uma tarifa de US$ 0,54 por galão (3,785 litros), além de 2,5% de
taxa ad valorem à entrada do álcool naquele país.
Em 2006, as exportações brasileiras totalizaram 3,5 bilhões de
litros, metade desse volume foi embarcado para os EUA. Até 2010, o Brasil deverá exportar cerca de 8 bilhões de litros de álcool. As
discussões sobre o álcool estão emperradas na OMC pela discordância entre países industrializados e em desenvolvimento. Negociadores de EUA, União Européia, Nova Zelândia e Coréia defendem a identificação de uma lista específicas de bens e serviços ambientais a serem beneficiados. Os demais querem ampliar o tratamento para qualquer projeto ambiental que possa vir a ser auxiliado pela isenção. No encontro entre os dois presidentes, Lula e Bush devem assinar um memorando de entendimentos mais abrangente na área de etanol. O documento reafirmará o compromisso de ambos com a abertura de mercados, o estímulo à pesquisa e a criação de normas técnicas internacionais para o comércio. Os países devem estabelecer uma parceria para difundir o cultivo de cana em nações da América Central,
África e Ásia, e potenciais produtores. Na área de pesquisa, a cooperação deve centrar-se no desenvolvimento de novas variedades mais produtivas de cana, na dominação do processo de extração de
etanol da. O presidente Bush afirmou que quer substituir por etanol 20% do consumo dos 550 bilhões de litros de gasolina anuais nos EUA. O Brasil deve dar uma passo além ao propor a alteração completa da gasolina para o álcool.