Os laços entre Brasil e Estados Unidos ficaram mais estreitos no ano passado, com a criação da Comissão Interamericana de Etanol (CIE), em 18 de dezembro. A entidade reúne empresários da iniciativa privada para desenvolver infra-estrutura para a produção de combustíveis renováveis no continente das Américas, um mercado de cerca de 200 bilhões de litros.
O primeiro passo já foi dado. O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e atual presidente do Conselho Superior de Agronegócios da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e coordenador da Comissão Interamericana de Etanol (CIE), foi o responsável pelo mapeamento sobre o perfil de produção de álcool e a potencial de demanda do produto para os próximos dez anos nos países que integram a CIE. O relatório feito por Rodrigues foi encaminhado ao Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) no início deste ano e seu resultado deverá ser divulgado até o final de março.
Além do ex-ministro Rodrigues, coordenam a CIE o ex-governador da Flórida, Jeb Bush, irmão do presidente americano George W. Bush, e o embaixador Luís Alberto Moreno, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A comissão trabalha para fomentar as vantagens
proporcionadas por combustíveis renováveis e na criação de uma estrutura para que haja um mercado organizado e viável para o etanol.
Embora a produção de álcool nos EUA cresça de maneira significativa nos últimos anos, atualmente a produção é estimada em 20 bilhões de litros, os EUA não têm condições sozinho de atender à forte demanda internacional. No Brasil, um movimento paralelo também trabalha para desenvolver o mercado de álcool. Em outubro do ano passado, foi criada a IETHA (International Ethanol Trade Association), presidida
por Jacyr Costa Filho. A entidade tem como objetivo estimular o desenvolvimento do mercado de etanol; acompanhar, estudar e avaliar as práticas adotadas no comércio internacional de etanol. Também propõe a padronização de especificações do etanol e a criação
de um conjunto de regras e padrões contratuais, de adoção recomendada, para ser adotado em negociações internacionais.
A meta da entidade é ter abrangência global e se
tornar um amplo foro de discussões e apresentação de
soluções para questões que hoje afetam o mercado
internacional de etanol.
A IETHA já conta com a participação de vários importantes players do mercado sucroalcooleiro, representados por grandes produtores acionais, como Cosan, CrystalSev e Copersucar; e produtores
estrangeiros como o Grupo Tereos.