Cogeração

Impactos da revisão dos preços da Petrobras sobre os preços ao consumidor

Decisão de reajuste praticamente zera a defasagem dos preços do diesel, e o preço da gasolina fica apenas 6,0% abaixo da paridade

São Paulo - Posto de gasolina em Pinheiros.
São Paulo - Posto de gasolina em Pinheiros.

O reajuste nos preços dos combustíveis realizado pela Petrobras nesta quarta-feira (16), foi considerado importante por lideranças do setor sucroenergético.

O preço médio da gasolina nas refinarias da estatal foi elevado em 16,1%, ou R$ 0,41/litro, para R$ 2,9563/litro, base refinaria de Paulínia – SP, enquanto o preço do diesel foi reajustado em 25,4%, ou R$ 0,78/litro, para R$ 3,8532/litro (Paulinia – SP).

O reajuste não era esperado pelo mercado devido à relutância do governo em reconhecer a elevada defasagem dos preços, algo que persistiu por 90 dias, embora a estatal já tivesse sido alertada dos efeitos colaterais ao adotar uma política de preço com caráter mais anti-inflacionário do que propriamente técnico.

Conforme estimativa da DATAGRO, o preço médio da gasolina nas refinarias da Petrobrás fechou na última segunda-feira, dia 14 de agosto, 19,1% abaixo da paridade de importação, enquanto o preço do diesel estava 25,5% abaixo da paridade.

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A decisão de reajuste da Petrobras praticamente zera a defasagem dos preços do diesel, e o preço da gasolina fica apenas 6,0% abaixo da paridade.

Como consequência, de acordo com estimativa da DATAGRO, o preço médio da gasolina C ao consumidor deverá subir em torno de 5,6%, em média, no Estado de São Paulo, de R$ 5,312/litro para R$ 5,612/litro, o que reduzirá a relação entre o preço do etanol hidratado e o da gasolina de 64,2% para 60,7%, todo o resto constante.

Essa alteração abre a possibilidade de uma reversão da tendencia observada nas últimas semanas de redução do preço do etanol aos produtores, muito embora os estoques de etanol hidratado administrados pelas usinas da região Centro-Sul estejam atualmente 10,5% acima do volume registrado há um ano.

A consultoria também ressalta que o preço da gasolina C na bomba só não será ainda maior devido ao benefício da mistura de 27% de etanol anidro, cujo preço atual (R$ 2,470/litro) é 16,5%, ou R$ 0,487/litro, abaixo do novo preço médio da gasolina na refinaria em Paulínia – SP (R$ 2,956/litro). Ou seja, o preço médio da gasolina C na bomba ainda estará R$ 0,132/litro mais barato por conta da mistura de 27% (ou R$ 0,146/litro caso a mistura fosse de 30%).

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Para o caso do diesel, o preço médio na bomba no Estado de São Paulo deverá subir em torno de 14,0%, de R$ 4,93/litro para R$ 5,62/litro, conforme estimativa da DATAGRO.

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