A transição energética foi um dos destaques dos debates realizados durante a 22ª edição do Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado pela Abag.
Ministros, governadores e secretários de Estado deixaram claro que o Brasil ocupa uma posição estratégica no cenário internacional, em um lugar distinto no tabuleiro global.
“O mundo precisa da bionergia. E a boa notícia é que o Brasil está pronto para isso. A Agência Internacional de Energia diz que a bioenergia precisa ser três vezes maior do que é hoje para que a gente possa sonhar com a transição energética”, disse Evandro Gussi, presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), referindo-se à produção de etanol do país.
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Segundo Evandro, o etanol vai cumprir um grande papel na transição energética para pelo menos 3 bilhões de pessoas na mobilidade terrestre. Isso porque, o biocombustível já tem uma redução de intensidade de carbono em relação à gasolina de até 90%. No caso da aérea, será necessária uma demanda 2,5 vezes maior do que o volume de etanol produzido atualmente no mundo apenas para substituir o combustível fóssil utilizado na aviação.
“Hoje, conhecemos ambientalmente a bioenergia brasileira. A gente sabe a intensidade de carbono, em gramas de CO2 por megajoule de cada litro de etanol, de cada BTU de biometano, para cada litro de biodiesel. Ninguém tem isso no planeta”, disse. “Vejo hoje, a percepção do atual governo, sobretudo no ministro (Minas e Energia) Alexandre Silveira, da visão estratégica que esse tema tem para o Brasil”.
Governador do maior Estado produtor de etanol do Brasil, Tarcísio de Freitas, lembrou que o etanol é parte da solução para a nova era da mobilidade sustentável, seja nos motores a combustão, híbridos ou células de combustível. “A transição energética no Brasil se dará pelo agronegócio, pelo nosso etanol. Solução pronta e acessível, que pode ser replicada em vários países, o que coloca o Brasil em patamar diferenciado do restante do mundo”, disse o governador de São Paulo.
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Durante o Congresso, Gussi foi o responsável por entregar o prêmio Norman Borlaug de Sustentabilidade a Miguel Ivan Lacerda de Oliveira. Pesquisador da Embrapa, Miguel foi um dos responsáveis pela criação e implementação do programa RenovaBio, um projeto de lei de autoria de Evandro em 2017, quando era deputado federal. “Miguel ajudou a construir o maior programa de descarbonização da matriz de transporte do mundo. Suas obras têm um crédito que vai passar das nossas gerações, dos nossos filhos”, disse Evandro.