A Risk Office – empresa de São Paulo que atua na área de gestão de riscos – desenvolveu um inédito modelo econométrico que disponibiliza um novo índicador para o setor sucroalcooleiro: o ATR Futuro. O valor estimado, acompanhado por um relatório, é divulgado no início de cada mês – no quinto dia útil -,quando acontece também a veiculação do índice do Consecana. O documento de janeiro de 2007, por exemplo, faz a estimativa do valor médio, máximo e mínimo do ATR até março (que é o mês de encerramento oficial da safra 2006/07), além do ATR Acumulado. O relatório começa a ser elaborado, no entanto, logo no início do período de moagem da cana, tornando-se uma ferramenta importante na gestão de riscos de mercado durante toda a safra.
Segundo o economista Luiz Fernando Abussamra, coordenador de agronegócio da Risk Office, a previsão do ATR cria condições para que o fornecedor de cana se posicione melhor na comercialização do produto. “O valor do ATR é a receita dele”, enfatiza. Na chamada venda “spot”, a curva de preço estimado subsidia o fornecedor numa negociação com a usina.
O cálculo do valor, disponibilizado por esse inovador processo estatístico, pode indicar também qual é a melhor alternativa: a venda à vista ou pelo sistema Consecana, que paga mensalmente um percentual (em torno de 80%) do ATR e faz o ajuste no final da safra.
O ATR Futuro é uma ferramenta útil, para as usinas e destilarias, no gerenciamento da peça orçamentária. Corrigido todo mês, o ATR Futuro possibilita a avaliação periódica do valor pago pela cana de terceiros e, consequentemente, da própria receita da unidade produtora de açúcar e álcool. Esse novo indicador é um referencial importante para fundos de investimentos, tradings e bancos que utilizam a cana-de-açúcar como garantia em contratos, inclusive os de financiamento. “Este segmento quer uma precificação do produto com maior precisão”, ressalta Abussamra. As informações, que fazem parte do relatório da Risk Office, ajudam ainda no gerenciamento de riscos, antecipando fatores que movimentam o mercado.
(Leia matéria completa sobre o assunto na edição nº 157 do JornalCana).