Na busca por melhores resultados nas lavouras, os produtores estão mirando em novas tecnologias, que atuem não apenas na terra, mas também no ar. Drones, vants (veículos aéreos não tripulados) e aviões agrícolas, que já faziam parte do cenário dos canaviais, agora começam a ser vistos com mais frequência.
Na semana passada, entre os dias 18 e 20 de julho, o município de Sertãozinho-SP sediou o Congresso da Aviação Agrícola do Brasil (Congresso AvAg), considerado um dos maiores encontros aeroagrícolas do mundo.
O evento contou com cerca de 3,2 mil visitantes e um volume de transações que pode chegar a 120 milhões de reais, entre negócios fechados e negociações iniciadas.
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Segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola, o Brasil possui a segunda maior e uma das mais avançadas aviações agrícolas do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e à frente de Argentina, Austrália, Canadá e de outras potências do setor.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Sertãozinho, Henrique Gomes, “o congresso é um evento em que se estabelecem novas tecnologias para a aviação agrícola, do ponto de vista de drones, dos veículos aéreos não tripulados e da clássica aviação agrícola, que seria a distribuição de fertilizantes. É um congresso que movimenta todo o setor comercial e de serviços de Sertãozinho”, destacou.
Entre os associados da Canaoeste que estão aderindo a essa tecnologia, está a Fazenda São Vicente, que, recentemente, investiu na aquisição de um drone.
“De um ano para cá, estamos fazendo aplicações com drone durante a entressafra. A partir deste ano, estaremos trabalhando com aplicação aérea, na parte de foliar, fungicida e controle de broca. Acabamos de adquirir um drone, pois, com o preço que estávamos pagando por hectare, para um terceiro aplicar, nós já teríamos comprado um, pois a área em que fazemos aplicações é muito extensa (5 mil hectares em Sertãozinho)”, informou o engenheiro agrônomo Felipe Junqueira Reis Marchezzi.
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Com o investimento, eles já planejam substituir um dos pulverizadores terrestres. “Investimos 250 mil reais no drone com todo o material, gerador, bateria, tanque de água limpa, misturador, e já temos um caminhão de transporte, que será adaptado para quando formos fazer a aplicação com drone. E, quando usávamos o serviço de terceiros, a gente ficava um período ocioso, por depender da disponibilidade deles”, explicou.
“Temos dois pulverizadores terrestres e, caso a experiência com o drone seja positiva, estamos pensando em vender um deles. Segundo os fabricantes do equipamento, eles podem render de 80 a 100 hectares por dia, enquanto o nosso pulverizador faz de 100 a 120 hectares por dia”, disse Marchezzi.
Marchezzi disse que o pessoal da Canaoeste contribuiu fazendo o mapeamento da fazenda. “A nossa estimativa é de alcançar os três dígitos de TCH, uma média de 100 toneladas por hectare. A meta é chegar em 500 mil toneladas para a próxima safra”, disse.