O grupo Cosan, maior companhia de açúcar e álcool do país, encerrou o segundo trimestre de 2007 (de agosto a outubro de 2006) com recorde no volume de vendas, e receita líquida pela primeira vez em um trimestre acima da marca de R$ 1 bilhão. A receita líquida ficou no período em R$ 1,008 bilhão, um crescimento de mais de 100% em relação ao resultado alcançado no segundo trimestre do exercício 2006. O resultado foi impulsionado pelo extraordinário volume das vendas de açúcar e álcool, principalmente pelas exportações, que responderam por 65% da receita.
O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) registrado no segundo trimestre de 2007 foi de R$ 272,6 milhões, ou um crescimento de 155% se comparado com o mesmo trimestre do ano anterior. A Cosan alcançou lucro líquido de R$ 123,8 milhões no trimestre, contra prejuízo de R$16,3 milhões registrados no segundo trimestre de 2006.
O segundo trimestre do exercício 2007 foi marcado pela correção nos preços do açúcar e do álcool. Os elevados preços do açúcar nos meses antecedentes estimulou o aumento da produção nas principais regiões produtoras, provocando a queda na cotação do produto, que também foi influenciada pela venda maciça das posições de hedge funds nos mercados futuros.
No Brasil, em especial, teve influência ainda sobre a produtividade da região Centro-Sul os elevados níveis de sacarose da cana em virtude do bom clima durante o período da safra. Já a redução nos preços do álcool foi decorrente da baixa atratividade da cotação do açúcar e da redução da mistura na gasolina que foi de 20% até meados de novembro de 2006.
No mercado internacional, os preços do álcool também cederam, principalmente no final do trimestre. Entretanto, o preço do produto para exportação já está se recuperando, entre outras coisas, devido à alta na cotação do milho, matéria-prima da produção norte-americana.
O volume de açúcar comercializado pela Cosan quebrou todos os recordes de vendas e alcançou 959,2 mil toneladas, expansão de 92% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Mantendo sua importância na composição das receitas da companhia, o produto representou 63% da receita total. A produção de açúcar teve crescimento de 32%.
Já o negócio álcool representou 30% da receita da companhia e manteve a tendência de ampliação de relevância nos negócios da Cosan. O produto alcançou novo patamar recorde de vendas com 337 milhões de litros, incremento de 37%. As exportações atingiram o pico dos últimos seis trimestres e representaram em torno de 29% das vendas. O volume de produção saltou 40%.
A Cosan chega ao final do segundo trimestre com ativo total de R$ 5,681 bilhões, ampliação de 91% na comparação com o mesmo trimestre de 2006. O aumento é resultado da aquisição das usinas Mundial, Corona e Bom Retiro com recursos do IPO e da emissão de bônus perpétuos, com a manutenção de parte relevante dos recursos ainda em aplicações financeiras na Cosan. A dívida líquida era de R$ 1,649,5 bilhões ao final do segundo trimestre de 2007. No entanto, cumpre notar a qualidade desta dívida líquida, uma vez que R$ 983,6 milhões são de bônus perpétuos (sem exigência de pagamento do principal), e outros R$ 495,7 milhões são de securitização PESA (sem necessidade de desembolso de caixa para liquidação do principal).
Os investimentos aplicados no segundo trimestre somaram R$ 122,7 milhões, refletindo o aumento da área de plantio de cana-de-açúcar, recuperação de lavouras desgastadas, além dos valores aplicados nos projetos de co-geração de energia das unidades Costa Pinto e Rafard. Os demais aportes referem-se à modernização dos equipamentos industriais, mecanização agrícola, projetos ligados à área de tecnologia da informação e construção e melhoria de armazéns e outras instalações portuárias.