
A indústria de açúcar do Brasil tem um enorme potencial de mercado de Bioplásticos. Com o crescente interesse global por produtos sustentáveis como, por exemplo, o polímero Poliácido Lático (PLA), novos negócios podem se abrir para os produtores de cana-de-açúcar no Brasil.
No entanto, a pergunta que precisa ser respondida é: Como o setor agrícola pode se firmar nesse novo mercado?
A equipe da Sulzer Chemtech analisa como a transformação de açúcares em bioplástico (PLA) pode beneficiar os agricultores e produtores de açúcar brasileiros.
Graças aos seus vastos campos de cana-de-açúcar, o Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, exportando as variedades bruta e refinado para todo o mundo. Por exemplo, em 2020 foram produzidas 45 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e exportadas 34 milhões de toneladas de açúcar.
LEIA MAIS > Fenasucro & Agrocana é vitrine de produtos e tecnologias em bioenergia
Isso significa que há uma excelente oportunidade aos produtores de cana-de-açúcar e processadores finais do país que desejam aumentar sua lucratividade.
O rápido crescimento na demanda global de bioplásticos pode ajudar as empresas agrícolas brasileiras a diversificar seus mercados, agregando valor extra aos seus produtos e maximizando as vendas, especialmente quando o preço do açúcar está em baixa, impactando na performance anual do produtor. Além disso, essa transição pode ajudar a lidar com o grande excedente de açúcar produzido, que aumenta anualmente à medida que o consumo global tende a diminuir.
Sendo assim, o milho e a cana-de-açúcar podem ser usados como matérias-primas importantes e valiosas para materiais novos e mais ecológicos, como os biopolímeros de PLA. Eles podem ser usados para produzir plásticos biodegradáveis, ajudando a reduzir nossa dependência de produtos baseados em combustíveis fósseis não renováveis e muitas vezes não recicláveis.
LEIA MAIS > Hidrogênio verde a partir do etanol ganha relevância na transição energética
Um excelente futuro para os bioplásticos

Mais e mais empresas nas regiões da América do Norte e Ásia-Pacífico, onde a produção de açúcar está no auge, estão se voltando para esse negócio, vendendo o PLA e seus intermediários para os mercados domésticos e internacionais.
Como essa área de negócio ainda está engatinhando no Brasil, as empresas pioneiras que começarem a produzir PLA podem se beneficiar da baixa concorrência local. Além disso, graças aos baixos preços do açúcar, eles podem aproveitar as oportunidades de exportação global com produtos de custo competitivo à medida que a demanda aumenta.
LEIA MAIS > CerradinhoBio investirá mais de R$ 280 milhões na construção de sua 1ª fábrica de açúcar
Outro benefício da produção local é que a maioria das usinas de processamento de açúcar do Brasil são autossuficientes em energia, pois geram eletricidade ecológica a partir da cana-de-açúcar moída e bagaço, reduzindo ainda mais o custo de produção.
Ao olhar para a produção sustentável de plástico, essa capacidade pode favorecer as empresas locais, pois podem oferecer credenciais mais ecológicas, algo altamente desejado. Isso é fundamental para apoiar os negócios em toda a cadeia de valor do PLA, minimizando o impacto ambiental do setor como um todo e fornecendo produtos ecologicamente corretos.
Desenvolva seu negócio de PLA
Para entrar no mercado de PLA e aproveitar as oportunidades que ele apresenta e competir com sucesso com os fabricantes de PLA existentes na Ásia e na América do Norte, as empresas brasileiras devem selecionar tecnologias e instalações comprovadas de processamento. Estas podem abordar um ou mais aspectos e etapas da produção do PLA.
A conversão de material vegetal em PLA envolve diferentes etapas. Primeiro, é preciso fermentar açúcares de culturas ricas em açúcar para obter o ácido lático (AL). O próximo passo consiste em converter o AL em monômeros de lactídeo. Esses produtos intermediários precisam, a seguir, ser purificados com equipamentos de destilação e cristalização antes de sofrerem a polimerização por abertura de anel, que resulta no PLA.
LEIA MAIS > Sicoob estima movimentar R$ 52 bilhões na safra 2023/24

Devido ao número de compostos intermediários na fabricação de bioplásticos à base de PLA, as empresas agrícolas podem desenvolver suas capacidades em etapas e ao longo do tempo, a fim de aumentarem organicamente as suas operações. Por exemplo, é possível começar estabelecendo plantas de produção de AL, que podem fornecer os monômeros para empresas de processamento e distribuição de AL ou desenvolver lactídeos para unidades de PLA montadas em sistemas modulares. Quando o agronegócio estiver pronto para crescer, ele poderá implementar todas as seções de processo para as instalações de produção ‘da colheita ao PLA’.
LEIA MAIS > Etanol rumo ao protagonismo da transição energética
Tecnologia integrada e personalizada de PLA
Para entrar com sucesso na cadeia de valor do PLA, os fabricantes precisam de um parceiro confiável, capaz de fornecer soluções integradas que atendam a todos os aspectos e etapas da produção. A Sulzer, líder em tecnologia de separação e mistura, está à frente das soluções de engenharia e tecnologias licenciadas para a produção, purificação e polimerização de AL e lactídeos.
A Sulzer é capaz de projetar, entregar e implementar equipamentos completos de alta qualidade para a fabricação total do PLA e seus estágios de processamento individuais. As soluções, também disponíveis como plantas modulares montadas sobre plataformas, suportam a construção de instalações de processamento de qualquer tamanho, incluindo instalações de PLA com rendimentos de até 100.000 toneladas por ano. Graças a essas capacidades, os equipamentos da Sulzer estão presentes em quase todas as instalações de PLA do mundo, proporcionando uma produção eficiente e eficaz.
Essa matéria faz parte da edição junho/julho (345) do JornalCana. Para ler, clique AQUI!