Etanol ou gasolina? Qual proporciona maior economia? Qual tem o melhor rendimento? São dúvidas que assolam o motorista na hora de abastecer o veículo.
Para auxiliar a fazer a melhor escolha, a Folha lança a calculadora dos combustíveis, que traz o consumo médio dos cerca de 700 carros flex testados nos últimos 20 anos em parceria com o Instituto Mauá de Tecnologia.
O consumidor informa os preços cobrados no posto escolhido e a calculadora mostra se é mais vantajoso abastecer com etanol ou gasolina e o valor gasto a cada quilômetro rodado na estrada ou na cidade.
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Segundo o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (SIAMIG), Mário Campos, é importante desmistificar a crença popular de que a relação ideal entre etanol e gasolina é de 70%. Essa estimativa baseia-se em uma antiga fórmula química que utilizava uma mistura de anidro inferior àquela atualmente adotada. Portanto, é fundamental atualizar essa percepção e considerar informações mais precisas.
Um aspecto relevante a ser mencionado é a presença do selo do Inmetro nos veículos novos, conhecido como programa de Etiquetagem Veicular. Esse selo exibe a relação de consumo em Km/l tanto na cidade quanto na estrada, além das emissões de CO2. É importante ressaltar que esse selo utiliza uma gasolina padrão com uma mistura de apenas 22%, inferior àquela que encontramos atualmente nos postos. Ao utilizar uma gasolina com 27% de mistura, o preço é reduzido, porém o rendimento é menor.
Com os avanços tecnológicos atuais e a existência de motores distintos, constatamos que a relação de consumo e preço de indiferença tem se mostrado superior a 70% quando se utiliza uma gasolina com 27% de mistura, o que representa uma vantagem para o etanol. Essa é uma revelação significativa que traz um novo panorama à discussão.
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A inovação apresentada pela calculadora desenvolvida pela Folha é um marco nesse contexto, pois ela traz números fornecidos pelo Instituto Mauá, que representam uma realidade mais próxima dos veículos atuais. Essa ferramenta proporciona uma análise mais precisa e ajuda os consumidores a tomar decisões mais informadas na hora de abastecer seus veículos.
O lançamento da calculadora coincide com os 20 anos dos carros flex. Os dados vêm sendo medidos no teste Folha-Mauá desde março de 2003, data em que o primeiro modelo dessa categoria foi avaliado: o Volkswagen Gol 1.6 Total Flex e haverá atualizações constantes, com inserção de novos automóveis de acordo com a conclusão dos testes.
Segundo Raquel Mizoe, diretora de emissões e consumo de veículos leves da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), “do ponto de vista ambiental, um carro abastecido com álcool é menos nocivo. Uma grande vantagem do etanol é a emissão de CO2 [dióxido de carbono] considerando todo ciclo, que vai da produção do combustível até o seu uso no veículo –normalmente chamado de ‘emissão do poço à roda’–, que é bem menor do que a da gasolina“, afirmou.