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Estudo utiliza açúcar na fabricação de talheres descartáveis

O estudo foi publicado na revista especializada Sustainable Chemistry & Engineering, da Associação Americana de Química

Estudo utiliza açúcar na fabricação de talheres descartáveis

Pesquisadores da Escola Micron de Engenharia e Ciência de Materiais, da Universidade de Boise, em Idaho, nos Estados Unidos, desenvolveram um composto à base de açúcar que pode ser usado na fabricação de talheres, materiais descartáveis e objetos decorativos, com a vantagem de ser 100% biodegradável.

A composição utiliza o isomalte, um tipo de açúcar de baixa caloria utilizado para fazer decorações em doces e bolos. O isomalte tem como principal característica ser moldável a altas temperaturas.

Como todo açúcar, porém, o isomalte pode sofrer com alta umidade e temperatura, e derreter. Para contornar esse problema, uma mistura de pó de madeira e serragem impediu o derretimento e a deformação dos objetos em temperatura ambiente. Para o descarte, basta quebrar os talheres e dissolvê-los com a ajuda de água.

Segundo Scott Phillips, engenheiro e autor sênior do estudo, a utilização do isomalte possibilita fazer o primeiro sistema de reciclagem em ciclo completo de talheres descartáveis.

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De acordo com o experimento, os cristais de isomalte precisam, primeiro, ser aquecidos a uma temperatura acima de 170ºC para chegar a um material amorfo. Depois, são levados para resfriar em temperatura ambiente e, neste momento, os demais aditivos, como pó de madeira e serragem, são adicionados e novamente ele é aquecido a uma temperatura média de 140ºC.

A mistura é então moldada para formar pequenas bolinhas, ou “pellets”, que podem ser derretidas na forma do objeto desejado. Ainda é possível recuperar o isomalte e os demais compostos em um processo de reciclagem, aquecendo o material em uma temperatura de aproximadamente 50ºC, voltando assim à etapa pré-molde, o que possibilita o reuso dos ingredientes.

Segundo os autores, um dos problemas da indústria de plásticos é que ela produz materiais com um possível uso prolongado e que são frequentemente descartados após o primeiro ou segundo uso. Como a produção de isomalte já existe em todo o mundo para a demanda da confeitaria, aumentar em escala não seria um problema.

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