Mercado

Brasil encabeça entidade que vai regulamentar comércio mundial de etanol

O mercado internacional do álcool está crescendo e são promissoras as

expectativas para o Brasil, que tem se tornado um observatório para diversos países.

Nos Estados Unidos, o consumo de álcool mais do que dobrou nos últimos

4 anos, passando de 8 bilhões de litros em 2002 para previstos 20 bilhões de litros neste ano. Caso seja adotada a mistura, em nível nacional, de apenas 10% de álcool à gasolina, a demanda do combustível atingiria cerca de 55 bilhões de litros anuais. A medida, que congrega muitos defensores, certamente seria benéfica para o

Brasil, que só este ano deverá exportar 2 bilhões de litros de álcool para os Estados Unidos.

Além da América do Norte, há outros mercados promissores. A mistura de 10% de álcool à gasolina, se adotada na Europa, representaria um

consumo de 16 bilhões de litros. No Japão, o consumo seria de 6 bilhões. Há outros fatos que mostram o enorme potencial do álcool no mundo. A Agência Internacional de Energia, que representa os países

industrializados consumidores de petróleo, sugere a seus membros que

reduzam os impostos de importação de álcool como forma de diminuir a

importação de petróleo, cuja produção tende a ser cada vez mais escassa e cara. A agência também recomenda

que os países adotem a mistura do álcool à gasolina, um sucesso brasileiro reconhecido internacionalmente.

É diante desse cenário que foi criada, em 4 de outubro, a IETHA – International Ethanol Trade Association. A entidade tem como

objetivos: estimular o desenvolvimento do mercado de etanol; acompanhar, estudar e avaliar as práticas adotadas no comércio internacional de etanol; propor a padronização de especificações do etanol e a criação de um conjunto de regras e padrões contratuais, de adoção recomendada, para ser adotado em negociações internacionais. A entidade também visa a criação e manutenção de uma câmara arbitral, com árbitros internacionalmente reconhecidos e especializados, para a solução de conflitos decorrentes de contratos internacionais, além da promoção do desenvolvimento do mercado de etanol

segundo princípios de sustentabilidade.

A meta da entidade, que tem natureza técnica, apolítica e sem fins lucrativos, é ter abrangência global e se tornar um amplo foro de discussões e apresentação de soluções para questões que hoje afetam o mercado internacional de etanol.

A IETHA já conta com a participação de uma ampla gama de players do mercado, representados por grandes produtores nacionais, como

Cosan, CrystalSev e Copersucar; produtores estrangeiros como o Grupo

Tereos (França); importantes tradings nacionais, como CPA Trading, Coimex e SCA Trading; e internacionais, como Cargill, Noble, Mitsui, E.D. & F. Man e Kolmar. Além de outras empresas que atuam nesse segmento, como SGS e Intertek.

A primeira diretoria eleita é composta pelo diretor-presidente, Jacyr

da Silva Costa Filho (SCA Trading), e pelos diretores Sillas Oliva Filho (Petrobras) e Andrew Denton (E.D. & F. Man).

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