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Cotas de exportação da Índia sinalizam menor oferta global de açúcar

Cenário de preços do alimento futuro segue com tendência de alta no curto prazo afirma BTG Pactual

Cotas de exportação da Índia sinalizam menor oferta global de açúcar

Enquanto a moagem no Centro-Sul do Brasil chega ao fim, os ventos do mercado internacional sinalizam oferta mais apertada, principalmente devido às cotas de exportação da Índia muito abaixo do ano passado.

É o que indica o relatório sobre Commodities, com as perspectivas para o mês de dezembro, elaborado pela equipe de Macro & Estratégia do BTG Pactual e divulgado nesta terça-feira (13).

Segundo o relatório, a Índia confirmou que suas exportações de açúcar na temporada mundial vigente (2022/23) serão de seis milhões de toneladas, consideravelmente abaixo das 11 milhões de toneladas comercializadas no mercado internacional na temporada passada (2021/22), o que representa uma situação de oferta mais adversa caso a Tailândia também não entregue o crescimento de 3,4% esperado pelo USDA.

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“Por outro lado, o movimento mais otimista para os preços no curto prazo pode apresentar esgotamento pela relação com o petróleo, que impacta o açúcar pelo efeito substituição no mercado de combustíveis, e por possível redução da demanda com o quadro de retração da atividade econômica na Europa e nos EUA”, avalia o banco.

O cenário de preços do açúcar futuro segue com tendência de alta no curto prazo, apesar da lateralidade do médio prazo entre 17,50 e 20,50. No gráfico diário, o preço superou a média móvel de 21 períodos e formou fundos mais altos que os anteriores, indicando aumento de ímpeto dos compradores.

No curto prazo, acreditamos no teste do topo anterior em 20,50, que deve atuar como uma região de forte resistência. “A melhor definição de cenário deve vir com o rompimento de um dos extremos”, explica o BTG Pactual.

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(Foto Agência Brasil)

No caso do etanol, o relatório mostra que a produção do biocombustível está muito acima do observado no mesmo período de 2021. O cenário de oferta mais abastecida é resultado da elevada moagem da cana no Centro-Sul e boa dinâmica de comercialização.

Segundo os números da  União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), nos primeiros quinze dias de novembro, 1,27 bilhão de litros (+72,01%) de etanol foram fabricados. Do volume total produzido, o hidratado alcançou 603,8 milhões de litros (+70,62%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 671,2 milhões de litros (+73,29%).

No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação do biocombustível totalizou 25,73 bilhões de litros (-0,54%), dos quais 14,98 bilhões consistem em etanol hidratado (-3,17%) e 10,75 bilhões em anidro (+3,38%).

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“A primeira metade de novembro foi marcada pela saída mais intensa de etanol das usinas. No período, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram 1,14 bilhão de litros de etanol, o que representa um aumento de 18,17% em relação ao mesmo período da safra 2021/22”, elucida o banco.

Ainda de acordo com o BTG Pactual, o etanol futuro inicia o mês de dezembro com queda forte, após ter falhado a superação da média móvel de 200 períodos em 2.960. O gráfico diário tem movimento de queda, com topo em 3.692 e fundo em 2.235, que pode ser usado para definir as retrações de Fibonacci.

“No curto prazo, temos aumento da pressão vendedora e acreditamos no teste dos 2.520 (retração de 23,6%) e 2.235 (fundo anterior), caso o preço se mantenha abaixo dos 2.700”, conclui.

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