
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizou, de 16 a 18/11, em conjunto com a União Nacional do Etanol de Milho (UNEM), a Semana Técnica UNEM-ANP, em Sorriso e Sinop, no Mato Grosso, com representantes de 14 indústrias produtoras de etanol de milho.
O evento teve início na quarta-feira (16) com uma visita às instalações da Inpasa, em Sinop, uma das principais plantas produtoras de etanol de milho do país. Inaugurada em 2019, a unidade tem capacidade para produzir 3 milhões de litros de etanol por dia.
“É importante essa aproximação entre agência reguladora e agentes regulados para que possamos conhecer e escutar as demandas de quem está na ponta e assim ter uma atuação mais realista com o mercado. Foi um aprendizado muito grande”, afirmou Cláudio Jorge de Souza, diretor da ANP.
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Durante o evento, foram debatidos tópicos relativos à regulação na indústria de etanol de milho, como o processo de licenciamento de instalação e ampliação de unidades produtivas e novos projetos de usinas. E também outros assuntos abordados, como a cadeia de custódia do etanol de milho no âmbito do RenovaBio; elegibilidade, escrituração e oferta de créditos de descarbonização (CBIOs) de unidades produtoras de biocombustíveis à base de grãos; e particularidades da rota de produção e ciclo de vida do milho de segunda safra.
O presidente-executivo da Unem, Guilherme Nolasco, destacou que a iniciativa da Semana Técnica foi justamente para criar um canal de comunicação mais próximo entre indústrias e ANP, com troca de experiências e informações que vão trazer mais agilidade aos processos de regulação.
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Para a superintendente de Produção de Combustível da ANP, Patrícia Baran, a reunião com representantes das indústrias proporcionou uma troca de ideias muito importante para a agência para melhorar o setor.
“Tem outros ganhos, que muitas vezes estão fora da regulação, e que o setor nos sinaliza com relação a melhoria de processos e que o mercado pode trazer para gente. O encontro com diferentes agentes é uma forma transparente e isonômica para compreender melhor as demandas desse segmento”, destacou.
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Daniel Maia Vieira também destacou a importância do encontro e do programa RenovaBio. “Essa iniciativa nos dá uma percepção clara da importância, para os produtores, dos regulamentos que a ANP edita. Esse contato direto nos permite receber as suas demandas ao vivo, trazendo a posição da agência de diálogo, abertura e transparência. O encontro demonstra ainda a importância de um programa como o RenovaBio, tanto para o Brasil, no ambiente internacional e no âmbito do Acordo de Paris, quanto para os produtores”.

De acordo com a Unem, atualmente o Brasil possui 18 indústrias em operação, sendo oito unidades full, ou seja, exclusiva para produção de etanol de milho e dez flex, que podem processar biocombustível a partir de cana e de milho. Ao todo, o país possui uma capacidade instalada para produção de 5 bilhões de litros por ano. Outras nove indústrias já possuem autorização para construção e mais dez empreendimentos possuem projetos.
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“A expectativa da Unem é que a produção passe dos atuais 4,5 bilhões de litros na safra 2022/23 para 10 bilhões de litros em 2030/31, alcançando 22% do mercado de etanol brasileiro”, conclui a entidade.