Apontada como a “COP das implementações”, a Conferência do Clima da ONU, realizada no período de 7 a 18 de novembro, no Egito, focará na cobrança das metas, promessas e progressos assumidos, em 2021, por países e empresas com o objetivo de reverter a catástrofe climática.
O setor privado brasileiro marcará presença no encontro, a partir desta quinta-feira (11), de forma mobilizada e organizada na plataforma Brasil Pelo Meio Ambiente, organizada pela Amcham e ICC Brasil.
“A Amcham e seus associados esperam uma participação do Brasil na COP construtiva, ambiciosa, protagonista e que busque alcançar os compromissos já assumidos pelos países”, comenta Deborah Vieitas, CEO da Amcham Brasil, a maior Câmara Americana entre 117 existentes fora dos Estados Unidos.
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A plataforma reúne um inventário de ações, projetos e investimentos previstos por empresas no Brasil com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e também preservar e regenerar ecossistemas da fauna e flora de várias regiões brasileiros.
Até o momento, o Brasil Pelo Meio Ambiente já mobilizou mais de 80 projetos de 54 empresas diferentes com previsão de impacto de investimentos na ordem de R$ 20 bilhões. São signatárias do movimento empresas como Natura, Microsoft, 3M, Bradesco, Cargill, CBA, Cisco, HP, Klabin, Suzano, Schneider Eletric, Telefônica, Havaianas, Whirlpool, entre outras.
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“O encontro em Sharm El-Sheihk, no Egito, está sendo rotulado como a COP das entregas. Nosso papel é ajudar a viabilizar tanto as nossas metas assumidas como país quanto capacitar cada vez mais as empresas brasileiras”, comenta Gabriela Dorlhiac, diretora executiva da ICC Brasil.
A plataforma da Amcham e da ICC reúne investimentos sustentáveis de empresas de mais de 10 nacionalidades: Brasil, Estados Unidos, Alemanha, França, Itália, Luxemburgo, Japão, Países Baixo, Reino Unido e Suíça.
“Há uma diversidade muito rica de projetos em termos de escopo, porte de empresa, localização geográfica, volume de investimento e impacto ambiental. Algumas iniciativas são ambiciosas, com contribuições importantes para a redução de emissões ou preservação de biomas”, comenta a CEO da Amcham.
São três as categorias principais de projetos participantes do Brasil Pelo Meio Ambiente: conservação e bioeconomia (38%), manejo de resíduos e economia circular (28%) e redução de emissões e eficiência energética (23%).
Entre os resultados centrais obtidos pelas empresas nos casos e consolidado pela Amcham estão:
Redução ou compensação da emissão de mais de 30,6 milhões de toneladas de CO2 e mais de 7,1 milhões de toneladas de resíduos deixaram/deixarão de ser destinadas a aterros ou ao meio ambiente; preservação ou restauração de mais de 2,5 milhões de hectares de área florestada.
“Além de levar ao conhecimento do público internacional o BpMA, a Amcham entende a COP-27 como oportunidade para construção de consensos e um foco claro na implementação de respostas conjuntas necessárias à ameaça climática”, explica a entidade.
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O tema do financiamento, por exemplo, é chave nessa equação, inclusive de uma perspectiva empresarial. É vital aumentar o volume de recursos tanto para os esforços de mitigação quanto para a adaptação aos efeitos das mudanças do clima.
No tema de Mercado de Carbono, que teve um avanço importante ano passado na COP 26, há uma oportunidade de disseminar a importância do desenvolvimento de mercados nacionais de carbono e acelerar a integração internacional entre esses mercados.
Para o vice-presidente da Amcham Brasil, Abrão Neto, “a Amcham e seus associados esperam uma participação do Brasil na COP construtiva, ambiciosa, protagonista e que busque avançar nos compromissos já assumidos pelos países”.