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Entidades se manifestam contra mudanças no RenovaBio

Carta com justificativas foi encaminhada ao ministro de Minas e Energia

Entidades se manifestam contra mudanças no RenovaBio

Vinte entidades, que representam a totalidade dos produtores de biomassa energética e biocombustíveis do país, manifestaram o posicionamento do setor, em uma carta endereçada ao ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, acerca das alterações propostas pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio).

“A cadeia de biocombustíveis representada é composta por cerca de 400 agroindústrias, 200 mil produtores rurais e 3 milhões de colaboradores empregados de maneira direta ou indireta no setor. Trata-se de uma indústria responsável por quase 50% da oferta de combustíveis leves e 10% do consumo de diesel no país.

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“Isso posto, cabe reiterar o total desacordo, já externado por essas diversas entidades junto ao MME, com a publicação do Decreto nº 11.141, ocorrida em 21 de julho de 2022. As mudanças promovidas pelo referido Decreto alteraram as datas para o cumprimento das metas de descarbonização, desestabilizando significativamente a dinâmica do instrumento instituído pelo RenovaBio”, ressalta o documento.

Segundo os autores, em ofícios encaminhados por algumas entidades do setor ao Ministério, entendem que as mencionadas alterações não encontram amparo legal na legislação vigente e foram realizadas de forma desproporcional e desnecessária, visto que não havia qualquer indicação de déficit estrutural na oferta de Créditos de Descarbonização (CBIOs) no país em 2022.

Nesse contexto, as entidades afirmam que o Ministério havia se comprometido a trabalhar conjuntamente com o setor privado em uma proposta de instrumento legal visando corrigir a desestabilização promovida pelas mudanças ora mencionadas, consolidando e aprimorando o arcabouço institucional da Política Nacional de Biocombustíveis.

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No entanto, e apesar dos inúmeros pedidos de colaboração técnica junto à Pasta, o setor produtivo de biocombustíveis não participou de quaisquer discussões sobre as medidas que foram elaboradas pelo MME.

“Dessa forma, recebemos com inegável surpresa o conteúdo do documento apresentado pela equipe do Ministério em reunião realizada em 1º de setembro de 2022, com propostas de alterações que, em nossa visão, desvirtuam ainda mais o funcionamento do RenovaBio”, justificam.

Para eles, em primeiro lugar, a proposta apresentada pelo MME não corrige, e sequer endereça, a desestruturação promovida de maneira unilateral pela publicação do Decreto nº 11.141, de 21 de julho de 2022.

Ademais, a maior parte das alterações propostas não coadunam com os objetivos e diretrizes do RenovaBio, tampouco foram sustentadas por análises fundamentadas sobre os efeitos e impactos que podem promover na dinâmica do Programa.

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Em síntese, resta evidente que o documento e o conjunto de propostas apresentados pelo MME deverão desvirtuar completamente o adequado funcionamento da Política Nacional de Biocombustíveis, que se consolidou como o maior Programa de descarbonização do setor de transportes do mundo.

“O RenovaBio foi construído ao longo de praticamente cinco anos, com amplo diálogo envolvendo agentes públicos, privados e representantes da sociedade civil, em um processo pautado por discussão técnica e fundamentada.

É nesse ambiente que gostaríamos de construir os novos pilares de aperfeiçoamento desta relevante política de descarbonização e, mais importante, eliminar de forma efetiva e urgente a insegurança trazida pelas alterações promovidas pelo Decreto nº 11.141/2022”, elucidam.

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Os autores terminam o documento elucidando que “Brasil tem oportunidade única de ampliar a segurança energética nacional e descarbonizar a sua matriz por meio da produção e uso de biocombustíveis – energia limpa, renovável e produzida domesticamente – em detrimento da importação de combustíveis fósseis. Nesse contexto, a cadeia produtiva dos biocombustíveis anseia pela proposição de uma agenda positiva pelo MME, para que o país possa se consolidar na vanguarda da economia de baixo carbono”.

A carta foi assinada pelas seguintes entidades:

  1. ABIOGÁS – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO BIOGÁS
  2. ABIOVE – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE ÓLEOS

VEGETAIS

  1. ABRAMILHO – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE

MILHO

  1. ABRAPA – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE

ALGODÃO

  1. ACRIMAT – ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE MATO GROSSO
  2. AMPA – ASSOCIAÇÃO MATOGROSSENSE DOS PRODUTORES DE

ALGODÃO

  1. APROBIO – ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE

BIOCOMBUSTÍVEIS DO BRASIL

  1. APROSMAT – ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE SEMENTES DE

MT

  1. APROSOJA BR – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE

SOJA

10.APROSOJA MT – ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE SOJA E

MILHO DO ESTADO DE MATO GROSSO

11.CNA – CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL

12.FAMATO – FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO MATO

GROSSO

13.FEPLANA – FEDERAÇÃO DOS PLANTADORES DE CANA DO BRASIL

14.FIESP – FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

15.FNS – FÓRUM NACIONAL SUCROENERGÉTICO

16.NOVABIO – ASSOCIAÇÃO DE PRODUTORES DE AÇÚCAR, ETANOL

E BIOENERGIA

17.ORPLANA – ORGANIZAÇÃO DE PLANTADORES DE CANA DA

REGIÃO CENTRO SUL DO BRASIL

18.UBRABIO – UNIÃO BRASILEIRA DO BIODIESEL E BIOQUEROSENE

19.UNEM – UNIÃO NACIONAL DO ETANOL DE MILHO

20.UNICA – UNIÃO DA INDÚSTRIA DE CANA-DE-AÇÚCAR

Carta MME – Entidades produtoras biocombustiveis (assinado)