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Etanol de milho se consolida no mercado nacional do biocombustível

Representes de ministérios e entidades do setor do etanol visitaram as maiores usinas do país para ver de perto o processo de produção

Etanol de milho se consolida no mercado nacional do biocombustível

Integrantes da mesa de abastecimento do etanol do Ministério de Minas e Energia (MME) puderam conhecer, in loco, as instalações e o processo de produção do etanol de milho e dos produtos de nutrição animal das duas maiores usinas do Brasil, localizadas nos municípios de Sinop e Sorriso, no Mato Grosso.

A visita foi uma iniciativa do Sindicato das Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Sindálcool-MT) com apoio da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), com o objetivo de mostrar os avanços no setor, que  tem crescimento anual acima de 30% e perspectiva de dobrar a produção até 2030.

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A visita técnica aconteceu na última semana, nos dias 22 e 23, com a realização da reunião mensal da mesa de abastecimento, quando as entidades que compõem o grupo atualizam dados sobre a produção e o estoque de etanol em todo o país. Na ocasião, o presidente da Unem, Guilherme Nolasco, apresentou as perspectivas de produção para a safra 2022/23, que poderá ultrapassar 4,5 bilhões de litros. Na temporada anterior, o setor disponibilizou 3,4 bilhões de litros de etanol de milho ao mercado.

Os dados são apresentados para que os órgãos governamentais e entidades tracem as perspectivas de consumo e produção e possam propor políticas públicas ou estratégias de mercado para evitar desabastecimento de etanol no país.

Depois da reunião, os participantes conheceram a unidade produtiva da Inpasa instalada em Sinop. Com capacidade de produzir 3 milhões de litros de etanol de milho por dia, é a maior unidade do país. Além desta unidade, a empresa possui uma indústria em Nova Mutum -MT e outra em Dourados -MS.

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O coordenador de etanol do MME, Marlon Arraes, destacou a importância do etanol de milho para os consumidores. “O etanol de milho é fundamental porque ajuda na expansão da oferta e contribui para que o país possa contar com combustíveis produzidos internamente. Além disso, proporciona ao consumidor um produto de altíssimo valor ambiental”, afirmou Arraes.

Na terça-feira (23), os participantes puderam conhecer a unidade da FS em Sorriso -MT. A visita foi aberta com uma apresentação institucional da planta, seguida da visita guiada pela unidade. O diretor de relações institucionais da FS, Eduardo Mota, explica que é muito importante essa aproximação.

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“Foi uma oportunidade de apresentar os benefícios de emissão, os benefícios socioeconômicos, de toda cadeia produtiva. Tudo isso enriquece os debates e os desafios que a gente tem ao longo do ano, seja do ponto de vista regulatório, seja do ponto de vista comercial, que é a jornada da produção de biocombustível no Brasil”.

O presidente-executivo da Unem, Guilherme Nolasco, destacou que a aproximação entre indústria, entidades e governo é fundamental para que todos os projetos estejam alinhados em prol do desenvolvimento da cadeia produtiva.

“Quando trazemos técnicos e pesquisadores que atuam na elaboração de políticas públicas para o desenvolvimento do setor de biocombustíveis para dentro da usina, mostramos na prática o que muitas vezes são apenas números. É muito importante ver de perto o tamanho deste setor, o impulsionamento que ele está proporcionando para toda a região e para outras cadeias produtivas”.

Para o presidente do Sindálcool, Silvio Rangel, o negócio do etanol de milho e dos produtos de nutrição animal devem continuar crescendo nos próximos anos. “É um negócio novo no país, que está crescendo bastante e deve continuar em expansão pelos próximos anos. Existe um potencial muito grande e o setor apresenta uma evolução tecnológica não só para Mato Grosso, mas para todo o país”.

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O consultor técnico da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) Rafael Barros Araújo visitou pela primeira vez uma unidade de etanol de milho e disse que ficou impressionado com a modernidade das indústrias. “Impressionante ver uma nova perspectiva, uma nova visão para o setor. O etanol de milho tem avançado bastante e vemos plantas modernas, diferenciadas. O que vemos lá, com os números que recebemos, é que o etanol de milho vem para dar sustentação ao crescimento da oferta de etanol. A velocidade com que os projetos avançam é impressionante”.


A mais nova unidade produtora de etanol de milho do Mato Grosso deverá entrar em operação em 2020 (Foto: Arquivo)

Participaram das visitas representantes do MME, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Petrobras, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE)União Nacional da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), do Fórum Nacional Sucroenergético (FNS), da Copersucar, DATAGRO, União Nacional da Bioenergia (Udop), da Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Faeg), do Sindálcool e da Unem.

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Esta foi a segunda edição da reunião realizada em uma unidade produtiva. Em abril, a reunião mensal da mesa de abastecimento foi realizada em uma das usinas mais tradicionais de etanol, localizada no município de Piracicaba, interior de São Paulo.

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