Usinas

Banco genético do CTC em Camamu, tem mais de 5 mil variedades de cana

O cruzamento genético é responsável por 30% do aumento da produtividade nos últimos 40 anos

Banco genético do CTC em Camamu, tem mais de 5 mil variedades de cana

Com mais de 5 mil variedades, o Centro de Tecnologia Canavieira, em Camamu, no baixo sul da Bahia, é considerado o maior banco genético de cana-de-açúcar do Brasil. Graças aos cruzamentos genéticos, a produtividade da cana por hectare aumentou 30% nos últimos 40 anos.

Em reportagem exibida no Globo Rural, Luciana Castellani, gerente de melhoramento genético do CTC, informa que Camamu foi escolhida para abrigar o centro porque reúne as condições climáticas adequadas para o florescimento da cana.

LEIA MAIS > Discussões no GAF colocam Brasil como modelo em transição energética e produção agrícola

“Neste período que vai de maio até meados de julho é que são feitos os cruzamentos genéticos para gerar novas variedades com alto padrão de qualidade e produção. O processo começa com uma avaliação das flores que formam os pendões, também chamados de flechas. Os exemplares escolhidos chamados os genitores é que serão usados nos cruzamentos”, explica Luciana.

Cada variedade de cana dá origem a vários clones que são plantados em lotes. Cada um deles recebe um código de barras que contém todas as características da planta. As canas escolhidas são cortadas e colocadas em uma solução nutritiva para garantir a continuidade das atividades fisiológicas da planta até o processo final de cruzamento.

Luciana Castellani, gerente de melhoramento genético do CTC

Para garantir o maior número de cruzamentos e possibilidades de variações genéticas, o Centro de Tecnologia desenvolveu técnicas capazes de controlar o processo de florescimento da cana-de-açúcar. “Aqui temos dois tratamentos. Um que vai induzir e antecipar o florescimento daquelas canas que são mais tardias e temos o controle de luz artificial no campo aberto para o florescimento mais tardio”, informa. Luciana.

As sementes especiais produzidas em Camamu são embaladas e encaminhadas para outra unidade do Centro em Piracicaba-SP e lá elas são transformadas em mudas que seguem para os pólos de desenvolvimento genético em Araçatuba e Ribeirão Preto, e no Estado de Goiás.

LEIA MAIS > Exportações de açúcares e melaços aumentaram 46,6% em julho

Para Luiz Paz, diretor comercial do CTC, a genética é o principal insumo responsável pelo crescimento da produtividade agrícola do setor canavieiro. “Os materiais produzidos pelo CTC têm trazido uma boa diferença em termos de resultado e produtividade. E isso reflete o crescimento do uso dos nossos materiais. Nos últimos 10 anos, registramos um crescimento em média de 20% ao ano”, informou Paz.

Segundo ele, o programa de melhoramento genético já tem mais de 50 anos. O material cruzado hoje, que gera uma nova variedade de cana-de-açúcar, só será comercializado daqui a 8 anos.

Banner Revistas Mobile