A criação de um fórum parlamentar mundial, de caráter permanente, em defesa dos biocombustíveis, é apontada pelo deputado federal Antonio Carlos de Mendes Thame como uma alternativa para assegurar o desenvolvimento sustentável em todo o mundo. O deputado acredita que este fórum esteja formado até o final de 2006. Antes disso, a proposta – de acordo com ele – deverá avançar, gradativamente, no Brasil, no Mercosul e na América. Segundo Thame, a formação do fórum deverá contar, num primeiro momento, com a adesão de vários países em desenvolvimento, além do Canadá, México, Suécia, e provavelmente Alemanha e França.
O deputado federal, que ministrou a palestra “Biocombustível na Declaração de Doha” no Simpósio Internacional e Mostra de Tecnologia da Agroindústria Sucroalcooleira – Simtec, realizado em Piracicaba, SP, na semana passada, defende que o Brasil deve ter aliados para conseguir a queda de barreiras tarifárias para a comercialização de seus produtos. Thame lembra que a Declaração de Doha – documento assinado por membros da Organização Mundial de Comércio (OMC), em novembro de 2001 – prevê a elaboração de uma lista de bens ambientais com isenção de tarifas.
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“Este é o assunto número que o Brasil deve se preocupar. Temos totais condições de nos tornarmos um dos principais fornecedores de energia limpa, que pode inclusive contribuir para a paz mundial com a diminuição das desigualdades”, ressalta. Na opinião de Thame, os biocombustíveis têm uma função estratégica, apresentando diversas vantagens: a primeira é social devido à criação de empregos; a segunda é macroeconômica, porque cada barril de biodiesel equivale a um barril de petróleo a menos que precisa ser importado.
Além disso, há as vantagens ambientais, pois os biocombustíveis ajudam a reduzir a emissão de CO2 e não contribuem para o efeito estufa, e ainda favorecem a geração de bioeletricidade. Esses bens ambientais são benéficos para a saúde pública e têm um papel geopolítico importante – de acordo com o deputado –, pois diminui a dependência do petróleo.
