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Brasil avança em crédito de carbono, mas ainda penaliza produtor de cana, diz Feplana

Entidade espera que com a criação de mais uma regulamentação relevante no quesito de crédito de carbono do país

Brasil avança em crédito de carbono, mas ainda penaliza produtor de cana, diz Feplana

Depois do pioneirismo do RenovaBio onde criou o Crédito de Descarbonização (CBios) para produtores de etanol, o governo brasileiro editou, na última semana, decreto que cria e permitirá a exportação do crédito de carbono oriundos das suas matrizes energéticas limpas.

Mas, apesar do avanço reconhecido pela Feplana durante reunião da FPA na terça-feira, dia 24, em Brasília, a entidade continua na cobrança da inclusão dos produtores de biomassa dos biocombustíveis no RenovaBio/CBios

Os Planos Setoriais de Mitigação das Mudanças Climáticas e a criação do Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa devem avançar no Brasil depois da publicação do Decreto Federal 11.075, no dia 19.

A partir dele, cria-se o mais moderno e inovador mercado regulado de carbono, com foco em exportação de créditos, para países e empresas que precisam compensar emissões para cumprir com seus compromissos de neutralidade de carbono.

O assunto foi objeto da reunião do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, com membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e entidades rurais, como a Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana).

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A Feplana vê com grande otimismo o avanço nas legislações ambientais. Mas, por outro lado, preocupa-se com o que está acontecendo com o CBios, um mercado de carbono já estabelecido no Brasil, sendo comercializado em bolsa de valores, na B3. “Até o momento, os fornecedores de cana, mesmo sendo responsáveis pela biomassa para a produção de etanol pelas usinas, não participam desse mercado”, critica Paulo Leal, presidente da Feplana.

O dirigente espera que com a criação de mais uma regulamentação relevante no quesito de crédito de carbono do Brasil, possa ser resolvida a situação de mais de 60 mil famílias brasileiras que produzem e entregam a cana-de-açúcar para a unidade industrial transformá-la em etanol e assim se creditar em CBios.

“O mercado de carbono é instrumento de preservação ambiental, mas os produtores de biomassa para os biocombustíveis têm que participar ativamente desse processo, pois não podemos dissociar a componente econômica da preservação”, diz Leal.

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