Nesta atual safra, a 2005/06, o clima quente e seco em alguns Estados produtores do Centro-Sul e as chuvas durante a colheita limitaram o crescimento da produção de cana. O último levantamento da Unica, divulgado ontem, dia 12 de janeiro, indicou uma produção de 336 milhões de toneladas de cana, um crescimento de 2,1% sobre o ciclo 2004/05, mas 2,6% abaixo em relação à primeira estimativa feita pela Unica. Analistas de mercado sinalizavam que a safra de cana no Centro-Sul poderia atingir até 360 milhões de toneladas no período, mas estes números foram revistos para baixo. A quantidade de ATR (Açúcar Total Recuperável), que mede o volume de matéria-prima para a industrialização de açúcar e álcool, teve um incremento de 2,6% em relação à safra anterior.
A Unica destacou que a safra 2005/06 foi mais alcooleira, uma vez que a demanda por álcool combustível nos mercados interno e externo cresceu. A produção de álcool atingiu 14,4 bilhões de litros, 6% maior em relação à safra 2004/05. As exportações do produto ficaram em 1,85 bilhão de litros, 5,2% abaixo do mesmo período da safra passada, quando os embarques foram de 1,952 bilhão de litros.
Os volumes de produção de açúcar totalizaram 22,05 milhões de toneladas, 0,3% abaixo do mesmo período do ciclo passado, de 22,122 milhões de toneladas. As exportações devem encerrar a safra em 14,5 milhões de toneladas, com um ligeiro aumento sobre os 14,25 milhões de toneladas negociadas na safra anterior.
Por conta do clima, a produtividade por tonelada de cana caiu em algumas regiões produtoras de São Paulo na safra 2005/06, com exceção de Ribeirão Preto, maior pólo produtor de cana do país. Responsável por 85% da produção nacional de cana, a região Centro-Sul tem concentrado os investimentos de expansão da matéria-prima e tem atraído a atenção de investidores estrangeiros para a região.
Teto para o álcool
Os preços do álcool, que já tinham ultrapassado a barreira do R$ 1 por litro, também estão firmes. Mas um acordo selado entre o governo federal e as usinas do Centro-Sul, no dia 11 de janeiro, limitou um teto até R$ 1,05 para o álcool carburante durante esta entressafra para evitar novas arrancadas de preços. Os preços do álcool combustível acumularam alta de mais de 30% durante 2005 por conta da boa demanda pelo produto e oferta limitada em razão da quebra da safra de cana na região.
As usinas do Centro-Sul se comprometeram a produzir 850 milhões de litros de álcool durante março e abril, período em que a safra 2006/07 será antecipada para garantir o abastecimento no mercado interno. Em janeiro de 2003, quando o setor sucroalcooleiro se comprometeu com o governo em antecipar a safra pela primeira vez, a produção de álcool entre março e