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Embrapa projeta produção anual de 50 bilhões de litros de etanol na próxima década

Setor defende investimentos na produção e preços competitivos com a gasolina

Imagem mostra bomba jorrando etanol
Imagem ilustrativa | Divulgação

Em 2021 o Brasil produziu aproximadamente 27 bilhões de litros de etanol. Diante da necessidade global da redução de emissões de CO2, a expectativa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é que até a próxima década, esse número possa dobrar, se aproximando da faixa de 50 bilhões de litros de etanol por ano.

Segundo uma projeção do Instituto Energia e Meio Ambiente (IEMA), organização sem fins lucrativos de defesa do uso sustentável dos recursos naturais, a cada litro utilizado de etanol, 444 gramas de CO2 são emitidos, enquanto a cada litro de gasolina usado, são jogados na natureza 2,176 gramas de gás carbônico, ou seja, quase 500% a mais de gases de efeito estufa.

Marcelo Morandi, chefe-geral do setor de Meio Ambiente da Embrapa, afirma que, seguindo as metas do programa RenovaBio, o setor de produção de combustíveis pode reduzir em até 70% as emissões de gás carbônico até 2030.

De acordo com o documento de metas para o ano de 2022, o setor de distribuição deve emitir um total de 35,98 milhões de CBIOs. No ano passado, 33 empresas não cumpriram a meta individual de descarbonização, o que foi adicionado aos desafios deste ano para essas distribuidoras.

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“A nossa meta é que até o fim da década, consigamos deixar de emitir mais de 90 milhões de toneladas de CO2. O objetivo para esse ano é que cerca de 25 milhões de toneladas deixem de ser emitidas. Isso irá acontecer gradualmente, conforme o aumento da produção e utilização do álcool”, explicou Morandi em entrevista para a CNN. Segundo ele, a melhor forma de aumentar a produtividade das plantações cana-de-açúcar, é o investimento em tecnologias que enfrentem principalmente a volatilidade das chuvas.

Para a União da Indústria de Cana-de-açúcar (UNICA), a produção de etanol tem condições de crescer e uma grande frota flex para abastecer, mas necessita de previsibilidade econômica e preços competitivos com a gasolina, como aponta o diretor técnico da entidade, Antônio de Pádua.

“O que precisa é uma retomada de investimento no setor nas questões dos canaviais, da melhoria da produtividade agrícola. Nós temos uma capacidade instalada ociosa, poderíamos aumentar em mais de 100 milhões de toneladas de cana nossa produção, com a indústria pronta para ser processada e gerar um incremento positivo na oferta de etanol”, argumenta.