O setor sucroalcooleiro está atento às mudanças no ministério do governo Lula, principalmente devido à transferência da ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, para a Casa Civil da Presidência da República. Ele assumirá oficialmente o novo cargo hoje (terça-feira), às 16h. As preocupações dos representantes do setor estão relacionadas aos reflexos que a saída de Dilma poderão provocar na definição do modelo energético brasileiro. Segundo Nelson Hubner, que representou o Ministério de Minas e Energia no seminário “Energia e Meio Ambiente – Perspectivas Legais”, que está sendo realizado em Brasília, a saída de Dilma não deverá interferir na concretização do novo modelo. Hubner afirmou que o processo está cercado de todos os cuidados para que não ocorra interrupção. Está programada, inclusive, a realização de um leilão até o final do ano, quando deverá ser leiloada a energia produzida por 17 usinas.
A definição de um novo modelo do sistema elétrico brasileiro foi um dos aspectos marcantes da gestão de Dilma, que sempre manteve um canal aberto com o setor. Na semana passada, durante visita a usinas e fábricas em Ribeirão Preto, SP, ela declarou que a geração de energia a partir do bagaço será responsável, até 2010, por 13%, do potencial energético de todo o País. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética — EPE, Maurício Tolmasquim, assume interinamente o ministério. O atual presidente da Eletrobrás, Silas Roundeau, é um dos nomes mais cotados para substituir Dilma.