Usinas

Relatório do Itaú BBA destaca desenvolvimento do mercado de fertilizantes

Compras do produto seguem lentas, pois os patamares de preço ainda seguem elevados

Relatório do Itaú BBA destaca desenvolvimento do mercado de fertilizantes

Após o arrefecimento das negociações de fertilizantes no mercado mundial no final de 2021, os preços dos insumos voltaram a cair nas primeiras semanas de 2022 – exceto o MAP, que viu suas cotações se recuperaram da queda em dezembro/21.

No caso dos produtos nitrogenados, o menor volume adquirido pela Índia no último leilão de compra acentuou a desvalorização dos preços nestas semanas.

A redução nas cotações dos adubos, somada à valorização dos preços de soja, milho, café e algodão neste início de ano, melhoram as relações de troca, mesmo que levemente, sobre os níveis do fim do ano passado, mostrou o “Radar Agro”, boletim feito pelo setor de agronegócio do Itaú BBA.

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De acordo com a publicação, no Brasil, mesmo com a ligeira redução da relação de troca, as compras de fertilizantes seguem sazonalmente lentas, pois os patamares de preço ainda seguem elevados. “De qualquer maneira, diante das incertezas, é importante que o produtor fique atento às oportunidades e não desconsidere que, embora não seja o cenário base, há riscos de disponibilidade dos insumos no momento correto caso haja alguma ruptura logística que afete o fluxo de importação e interiorização dos produtos”, sugere a instituição.

Segundo o Itaú BBA, os principais fatores de sustentação para preços de fertilizantes são os seguintes:

A China, principal produtora de fosfatados e nitrogenados do mundo, apresentou avanço do contágio da variante ômicron do coronavírus no país. O país possuí medidas restritivas mais rígidas para evitar contágios, sendo importante acompanhar caso haja paralisação das indústrias e no segmento portuário. Além disso, dois eventos importantes no país estão próximos, sendo o primeiro a sede das Olimpíadas de inverno, e o ano novo Chinês.

Outro fator é que, entre o final de janeiro e o início de fevereiro, os EUA e a Europa sazonalmente aumentam o volume de compras para as aplicações para a safra de primavera e sustentam o preço até o final do 1º trimestre.

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Mais um fator se refere aos preços de gás natural que tendem a se manter em patamares elevados no 1º trimestre com altos preços de petróleo e o inverno no Hemisfério Norte, que naturalmente demanda maior volume.

As sanções à Bielorrússia (3º maior produtor de potássicos) e conflitos geopolíticos na Rússia (2º maior produtor de nitrogenados) e Ucrânia, têm se intensificado, e as incertezas em relação à disponibilidade de produtos podem impulsionar os preços. Além disso, o governo russo anunciou dia 1/2/22 a proibição de dois meses das exportações de nitrato de amônio para suprir o mercado interno em virtude do atraso na semeadura de primavera.

A Rússia é o principal produtor do nitrato de amônia e cerca de 98% das importações brasileiras do produto tem como origem o país, o que pode acarretar fortalecimento nos preços do complexo N com a procura de produtos substitutos.

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O documento informa ainda que as compras mais concentradas no Brasil podem minimizar possíveis quedas e relaciona ainda os fatores que podem baixar os preços dos fertilizantes.

“Os preços dos macronutrientes em patamares elevados podem reduzir a demanda por fertilizantes. Com o final do inverno no Hemisfério Norte, a tendência é de que os preços de gás natural arrefeçam e as plantas paralisadas voltem a produção, aumentando a disponibilidade dos macronutrientes principalmente dos nitrogenados”, conclui o banco.

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