Fornecedores de cana de todo o Nordeste se reúnem com o presidente do Senado, Renan Calheiros, amanhã, 19 de julho, para pedir o apoio do senador para a retomada do Programa de Equalização. Na ocasião, os fornecedores também vão solicitar a ajuda do peemedebista no agendamento de uma audiência com a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. Os produtores pretendem mostrar à ministra a importância do subsídio para a classe.
“Para nós, a retomada da equalização é fundamental. A remuneração da tonelada de cana é insatisfatória e, para piorar, boa parte da classe está em débito com os bancos e não tem condições de acessar linhas de crédito”, disse o presidente da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas – Asplana e União Nordestina dos Produtores de Cana – Unida, Edgar Antunes, que está otimista em relação ao encontro e acredita que Renan será solidário à causa dos produtores. “Ele conhece bem os problemas que afetam Alagoas e sabe da importância socioeconômica dos fornecedores de cana para o Estado”, afirmou..
Criada pelo governo federal para amenizar os maiores custos de produção canavieira do Nordeste em relação ao Centro-Sul, a equalização não é repassada aos produtores nordestinos há três safras e meia. Desde então, o governo acumulou uma dívida de R$ 828 milhões com o Nordeste. Deste montante, R$ 400 milhões (R$ 100 milhões para o fornecedor e R$ 300 milhões para as usinas) seriam destinados a Alagoas. No passado, ainda na gestão de José Dirceu, a Casa Civil formou um Grupo de Trabalho Interministerial – GTI para analisar os entraves à atividade canavieira nordestina e avaliar a viabilidade da retomada do pagamento do subsídio.
Os técnicos do Grupo visitaram Alagoas e Pernambuco duas vezes no início do ano e prometeram concluir um relatório sobre os problemas enfrentados pelo setor até o dia 30 de junho. Devido à mudança no comando da Casa Civil, o prazo foi prorrogado, mas sem data definida. A partir desse relatório, o presidente Lula e os titulares dos ministérios da Casa Civil, Agricultura, Integração Nacional, Fazenda e Desenvolvimento Agrário (componentes do GTI) vão decidir o futuro da equalização.