A Adecoagro começará a abastecer os veículos de sua frota com biometano (BioGNV) produzido a partir do biogás extraído da vinhaça, a partir desse mês. O projeto inicialmente envolverá 13 veículos, sendo sete leves, três utilitários e três caminhões. A novidade é fruto de uma parceria com a Galileo Technologies, empresa com atuação em 70 países, focada em soluções para oferecer energia eficiente.
Por enquanto, a Adecoagro utilizará apenas 5% de sua vinhaça concentrada para produzir 200.000Nm3/mês (biometano), o equivalente 170.000 litros de diesel. No futuro, a partir do uso crescente da vinhaça até sua totalidade para a produção de combustível gasoso renovável, a estimativa é substituir 50 milhões de litros de diesel por ano, que hoje abastecem a frota de transporte de cana.
Os investimentos da Adecoagro em pesquisa no potencial da vinhaça da cana para produção de biogás, em parceria com a empresa Methanum, já duram mais de uma década e contaram com a construção de um biodigestor na unidade Ivinhema – MS, em 2018. Neste período, um importante avanço foi alcançado no desenvolvimento de vinhaça concentrada como adubo organomineral, que hoje supre de forma customizada todas as necessidades de potássio dos 180 mil hectares de canaviais próprios da companhia.
Na primeira etapa do projeto, iniciada em 2019, a produção de biogás através da vinhaça concentrada foi destinada para um aquecedor que troca calor com a água da turbina de condensação, gerando menor consumo de vapor e uma exportação de energia adicional de 6 mil MWh/ano.
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A partir deste segundo semestre, as empresas passam a avaliar uma nova etapa da aliança: a construção, também em Ivinhema, de uma planta de hidrogênio verde para viabilizar a produção e expedição através da Estação de Carga de H-Patagônia, um passo importante para abastecer veículos no Brasil com energia verde de maneira 100% renovável e viável economicamente.
Desta maneira, as células de hidrogênio poderão ser uma realidade, reformadas tanto nos tanques dos veículos elétricos abastecidos com etanol quanto nas estações H-Patagônia, minimizando os investimentos adicionais em distribuição do combustível. E em um processo 100% limpo e renovável, considerando o ciclo de vida do combustível – do poço à roda, ou seja, que leva em conta o CO2 emitido na sua produção, distribuição, uso no veículo e o que sai pelo escapamento, maneira mais justa de medir a real pegada de carbono.
“Estamos confiantes com os resultados que alcançaremos com todo o projeto em razão da dimensão da economia circular. Geraremos energia proveniente de fontes sólida (bagaço), líquida (etanol) e gasosa (biometano), além de colhermos todos os benefícios do fertilizante mineral. As vantagens são muitas: processo 100% renovável, autossuficiência, segurança energética, redução de emissões e aumento da nota no RenovaBio. Representa uma nova transformação do setor sucroenergético colaborando com a transição mundial para um futuro de baixo carbono”, analisa Renato Junqueira Santos Pereira, Vice-Presidente de Açúcar, Etanol e Energia da Adecoagro.