Depois de atingirem bons resultados na safra 2003/04, com uma
produção próxima a 60 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, as usinas do Nordeste do país poderão ultrapassar esses volumes nesta safra, segundo estimativas do mercado. As expectativas apontam para
uma colheita de até 63 milhões de toneladas. Segundo Renato Cunha,
presidente do Sindicato das Indústrias de Açúcar e Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar/PE), esses volumes só serão atingidos se a regularidade de chuvas se mantiver. A colheita na região deverá se encerrar até março. Para Plínio Nastari, presidente da
consultoria Datagro, as usinas do Nordeste estão aumentando a
eficiência da produção. A consultoria trabalha com uma colheita próxima de 63 milhões de toneladas.
Segundo o consultor, o aumento da produção na região reflete a
melhoria de produtividade da cana e a expansão da área. A cultura de cana no Nordeste perdeu espaço nas últimas décadas para o Centro-Sul. Os empresários nordestinos migraram para o Sudeste e nos últimos anos foram expandindo seus negócios para o Centro-Oeste do país.
A região, contudo, volta receber novos incentivos em pesquisas de
novas variedades de cana mais resistentes. A Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa)vai iniciar estudos, em parceria com
universidades da região, para estimular a expansão dos canaviais no
Nordeste. Com a produção concentrada, sobretudo em Alagoas e Pernambuco, Colheita no Nordeste poderá superar 60 milhões de toneladas que respondem por cerca de 75% da colheita total da região, as pesquisas deverão direcionar a produção de cana para novas áreas, como o sul do Maranhã e sul do Piauí, segundo a Embrapa.
A região conta com uma logística privilegiada por conta da proximidade
dos portos. As usinas nordestinas estão investindo em tecnologia para
garantir maior eficiência e expandir negócios no exterior. Nesta safra, a 2004/05, os investimentos estão estimados em até R$ 315 milhões somente em Alagoas e Pernambuco. Neste ano, as usinas do Nordeste também começaram a exportar açúcar VHP (Very High Polarization), com maior valor agregado. Os investimentos na região
também passam pela irrigação, barragens e drenagem de áreas de
várzeas à co-geração de energia e pequenas centrais hidrelétricas
(PCHs). As usinas também estão modernizando sua frota e em logística
voltada para o mercado externo. As exportações devem somar cerca de 3
milhões de toneladas nesta safra. Em Alagoas, as usinas também apostam
em pesquisas em melhoramento genético da cana. Confira matéria completa no JornalCana – Edição 133.