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Dados da safra 2003/04 confirmam estimativas da Paraíba

O Departamento Técnico da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) concluiu, esta semana, o levantamento do total de moagem de cana-de-açúcar fornecida por produtores na safra de 2003/2004. De acordo com os dados, a produção dos 736 fornecedores filiados a Asplan chegou a 2,7 milhões de toneladas. Somando a este número a moagem das unidades produtoras de álcool e açúcar no Estado, deve se confirmar às estimativas do segmento canavieiro que apontavam que a Paraíba produziria 4,9 milhões de toneladas de cana.

Com essa produção, o Estado continua a manter a terceira posição de maior produtor da matéria-prima do Nordeste, ficando atrás apenas de Pernambuco e Alagoas.

Na Paraíba, existem nove unidades produtoras, sendo que uma trabalha apenas com a fabricação de açúcar, duas fabricam álcool e açúcar e sete produzem só álcool. A unidade da Agroval foi a que apresentou maior quantidade de cana moída, via fornecedores, chegando a 590,8 mil toneladas. Na Miriri foram moídas 528,0 mil toneladas de cana oriundas de fornecedores. Na Giasa a quantia registrada foi de 409,9 mil toneladas. Na Japungu a produção ficou em 387 mil toneladas. Na usina Monte Alegre a moagem atingiu 228,5 mil toneladas. Na Sanpro a quantia registrada foi de 297 mil toneladas. Na usina São João foram 100 mil toneladas. A Una moeu 137,2 mil toneladas e na usina Tabu foram moídas 89,8 mil toneladas de cana-de-açúcar na Safra de 2003/04.

Segundo o presidente da Asplan, José Inácio de Morais, o volume de cana produzida nessa safra apresentou um leve aumento em relação à safra passada que foi de 4,8 milhões de toneladas. “Acreditamos que, se houver um incentivo maior por parte dos governos federal e estadual, a exemplo do BB Convir e a elevação no tento para empréstimos, e principalmente em relação ao pagamento da equalização, a Paraíba poderá se destacar, ainda mais, no cenário regional em relação à agroindústria da cana”, explicou José Inácio que também é vice-presidente da União dos Plantadores de Cana do Nordeste-Unida.

O Estado produz hoje mais que o Rio Grande do Norte, Bahia, Sergipe, Maranhão e Piauí. A produção fica inferior apenas em relação a Alagoas e Pernambuco, que são Estados com tradição mais antiga no plantio e cultivo da cultura da cana. Dados do Datagro mostram que a produção acumulada de cana no Estado de Alagoas, até 29 de fevereiro, era de 24,8 milhões de toneladas, com variação de 7,22% em relação à safra anterior. Em Pernambuco, a produção da cultura, até 31 de janeiro, chegava a 14,2 milhões de toneladas, com variação de 6,01%.

Já na região Norte-Nordeste, a produção acumulada de cana-de-açúcar, até 01 de fevereiro, estava em 47,4 milhões de toneladas. “Nesses dados, ainda não tinham sido computados os números da Paraíba que, quando somados confirmam a estimativa de produção regional que é de 50 milhões de toneladas”, afirma José Inácio. Ele lembra, no entanto, que embora os números apresentem um crescimento, a região Nordeste involuiu em termos de produção nos últimos anos, passando do patamar de 70 milhões de toneladas por safra, para os atuais 50 milhões. “A ausência do pagamento do subsídio, que equipara os custos do produtor nordestino com os de outras regiões do País e que representa 30% da remuneração base do fornecedor de cana nordestino, junto com a ausência de linhas de crédito pelo banco do Brasil para o segmento por quase dez anos, foram as principais causas dessa involução”, concluiu José Inácio.