A Região Nordeste deve encerrar a safra 2020/21 com moagem de 52 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, similar ao quantitativo em toneladas, produzidas na temporada passada.
Até o dia 31 de janeiro, as usinas da região moeram 46.319 milhões de toneladas, o que representa 89% da estimativa, porém equivalendo a 1,7% a menos do que foi esmagado no mesmo período no ciclo anterior, que totalizou 47.132 milhões de tons.
Para o presidente-executivo Renato Cunha, da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (Novabio) e do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), a queda na cadência da moagem está dentro do esperado e as perspectivas para atingir produção de 3,1 milhões de toneladas de açúcar e 2,1 bilhões de litros de etanol, devem ser alcançadas.
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Já o volume de etanol, chegou em 31.01.2020 a 1,945 bilhões de litros, volume 7,8% menor, sendo que a principal baixa foi no hidratado, com queda de 15,6% na produção comparado ao mesmo período da safra 2019/20; passando de um volume de 1,236 bilhões de litros para 1,044 bilhão de litros.
Em relação aos estoques físicos de etanol há volume de 377 milhões de litros, ante 336,7 milhões de litros, uma alta de 11,96%. No caso do anidro, a alta no volume estocado é de 52,64%, representando 211,3 milhões de litros ante 138.485 milhões de litros. Para o hidratado, o estoque teve queda de 15,81%, reduzindo de 198,3 milhões de litros para 165,677 milhões de litros.
Cunha comenta ainda que a produção maior de açúcar na temporada estimulou as exportações. “Dentro do regime de cotas internacionais, exportamos para os EUA e Europa. No mercado livre mundial para o Canadá, Leste Europeu, Norte da África e Oriente Médio. Geralmente, exportamos açúcar VHP a granel, embora Pernambuco tenha a peculiaridade de produzir e exportar açúcar refinado”, disse, lembrando que em Maceió (AL) e Recife (PE) existem plataformas (terminais de açúcar a granel), por onde são escoados o adoçante de toda a região.
Sobre perspectivas futuras, o presidente da Novabio pondera ainda que se a pandemia for superada, em 2021, o país poderá acelerar seus planos de retomada para os próximos anos. Para ele, fora os obstáculos previstos pela pandemia, o setor sucroenergético na região NE e NORTE terá ainda que enfrentar alguns desafios, como a estabilidade climática e uma agenda consensual de consolidação do RenovaBio como um dos mais eficientes programas de promoção de melhoria ambiental do planeta.
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“Como também, o enfrentamento de uma reforma tributária, que não puna a produção em detrimento da manutenção e do necessário aumento de geração de empregos, sob o risco de apenas incentivar o consumo sem contrapartidas na produção”, diz e acrescenta, “É um tema complexo, que não deve ser feito de forma atabalhoada sem garantias de que haverá redução de cargas para a sociedade com um todo”.
Mesmo assim, lembrou a resiliência do setor sucroenergético e elogiou seu empenho ao longo do ano, enfrentando o cenário pandêmico. Conseguimos manter a massa salarial consistente, com geração de mais de 280 mil pessoas em mais de 230 municípios da região.
“O setor manteve os empregos na entressafra mesmo no período da pandemia, apesar das dificuldades mercadológicas, pois justamente na época que os estoques remanescentes são vendidos, a Covid-19 chegou. E essa massa salarial e seu efeito multiplicador permaneceram”, concluiu.
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