Um conjunto de 42 ativos da Embrapa foi apresentado, nos dias 21 e 22 de janeiro, às empresas associadas à Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) durante a Rodada de Negócios Inovação em Biotecnologia Agroindustrial.
São tecnologias em diferentes estágios de maturidade, ainda não disponíveis no mercado, ofertadas para cooperação técnico-financeira de codesenvolvimento, validação e/ou ampliação para escala industrial.
Nas próximas semanas, serão feitas reuniões com cada empresa para avaliar as propostas individuais de negócios, conforme manifestações de interesse já encaminhadas à Embrapa.
As tecnologias estão disponíveis no site da Embrapa, na seção ativos para parceria e tem entre elas, uma cana-de-açúcar geneticamente modificada que apresenta maior digestibilidade da parede celular. As aplicações da tecnologia são amplas e possibilitam desde uma melhora na biomassa vegetal para produção de etanol de segunda geração (etanol celulósico ou 2G) até a produção de forragem, uma vez que torna as gramíneas mais digeríveis e com maior valor nutricional para os animais.
Outro ativo que a Embrapa oferece ao mercado se trata de fungos filamentosos produtores de complexos enzimáticos eficientes para hidrólise de bagaço de cana-de-açúcar pré-tratado. A tecnologia aumenta a eficiência do uso da biomassa vegetal como fonte de energia renovável.
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De acordo com a Embrapa, a estratégia de aproximação com a ABBI visa encurtar o tempo de espera do produtor por inovações em bioinsumos e tecnologias sustentáveis, capazes de reduzir a dependência de recursos de fontes fósseis, gerando impacto positivo sobre a biodiversidade e o meio ambiente.
O evento virtual reuniu executivos das principais empresas membro da ABBI – Amyris, Basf, DuPont, DSM, GranBio e Novozymes -, pesquisadores e dirigentes de 14 centros de pesquisa da Embrapa: Embrapa Acre (AC), Embrapa Agrobiologia (RJ), Embrapa Agroenergia (DF), Embrapa Arroz e Feijão (GO), Embrapa Caprinos e Ovinos (CE), Embrapa Clima Temperado (RS), Embrapa Florestas (PR), Embrapa Gado de Leite (MG), Embrapa Hortaliças (DF), Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA), Embrapa Meio Ambiente (SP), Embrapa Milho e Sorgo (MG), Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) e Embrapa Rondônia (RO).
A diretora de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Adriana Regina Martin, destaca o interesse da empresa em fortalecer o vínculo com o setor produtivo, com foco na inovação e na identificação de oportunidades de novas pesquisas.
“A inovação aberta tem destaque na agenda estratégica da Embrapa e esta rodada de negócios é uma grande oportunidade para ampliar a inserção de suas tecnologias no mercado por meio de diversas modalidades de parceria com as empresas membros da ABBI”, ressaltou.
Thiago Falda, presidente da ABBI lembrou que o evento resulta de um trabalho desenvolvido conjuntamente pelas duas instituições, desde 2019, para que as empresas conheçam os ativos da Embrapa e possam fechar parcerias duradouras.
O presidente do Conselho Diretor da ABBI e presidente para a América Latina da DSM, Mauricio Adade, ressaltou que a Embrapa vem demonstrando a importância da inovação para o país e transformando inovação em realidade.
“Um dos aprendizados da pandemia da Covid-19 é ter mostrado a importância da colaboração e do trabalho em parceria, principalmente no campo da inovação, e essa rodada de negócios é um marco para estreitar o relacionamento entre a Embrapa e as empresas da associação, com vistas a transformar a inovação em um fator de avanço para o Brasil e em benefício de toda a população”, comemorou.
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Os ativos tecnológicos apresentados pela Embrapa, durante o evento, foram desenvolvidos para as áreas de Insumos Agropecuários, Processos Biotecnológicos, Organismos Geneticamente Modificados (OGMs), Genes e Kits e, embora atendam interesses diversos das empresas, despertaram expectativas comuns.
“Identificamos nesse portfólio ativos que tem aderência com as linhas de desenvolvimento da nossa empresa, que tem a sustentabilidade em seu DNA”, revelou Kellly Seligman, gerente de Assuntos Científicos e Regulatórios da Amyris.
Nessa mesma linha, o gerente de Biotecnologia da GranBio, Júlio do Espírito Santo, comentou “há pontos de interesse comum para desenvolver parcerias e levar biotecnologias brasileiras para modelos de negócio de escopo global”.
A Rodada de Negócios aconteceu por intermédio da Secretaria de Inovação e Negócios (SIN) e do Comitê Gestor do Portfólio (CGPort) de Biotecnologia Avançada Aplicada ao Agronegócio (BioTecAgro), com o objetivo de levantar oportunidades de parceria e cooperação técnico-financeira entre a Embrapa e as empresas membro da associação e para identificar demandas do setor produtivo para pesquisas em biotecnologia avançada.
“Como forma de proteger os interesses das diversas instituições envolvidas, foi previamente assinado um Acordo de Confidencialidade entre a Embrapa e a ABBI, uma vez que as empresas que manifestaram interesse em um ou mais ativos da Embrapa serão convidadas a participar de novas etapas de negociação”, esclarece a instituição.