Um estudo inédito da Embrapa identificou e mapeou as áreas suscetíveis e vulneráveis à erosão hídrica em todo o território brasileiro, gerando mapas que foram disponibilizados à sociedade na plataforma tecnológica do Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos no Brasil (PronaSolos).
Os mapas nacionais de erodibilidade, suscetibilidade e vulnerabilidade dos solos à erosão hídrica podem ser acessados facilmente por meio de um sistema de informações geográficas (SigWeb), e podem subsidiar o setor produtivo e o Poder Público na priorização e seleção de áreas para programas ou ações de conservação, recuperação ou reinserção de áreas com potencial produtivo.
O método foi desenvolvido por uma equipe de pesquisadores e analistas da Embrapa Solos (RJ), formada por especialistas em ciência do solo, agrometeorologia, planejamento regional e agricultura digital. O trabalho contou com apoio de bolsistas do programa de doutorado em meio ambiente da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ/PPGMA).
Além da plataforma do PronaSolos, os mapas e as respectivas informações técnicas também estarão disponíveis para consulta pública na Infraestrutura de Dados Espaciais da Embrapa (GeoInfo).
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De acordo com a especialista em geomática e agricultura digital da Embrapa Margareth Simões, que coordenou o processamento computacional do estudo, caracterizar a erosão do solo e avaliar custos e benefícios de práticas que promovam a sua prevenção são fundamentais para informar e subsidiar os tomadores de decisão, e também para apoiar políticas públicas orientadas à mitigação desse problema, que causa muitos prejuízos para a agropecuária nacional.
“É o que preconiza a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e é esse o objetivo principal desse trabalho de caracterização da erosão hídrica do solo nos estados brasileiros”, ressalta.
“O mapa de avaliação da vulnerabilidade dos solos à erosão hídrica é um modelo espacial importante, capaz de identificar áreas que demandam ações para mitigar processos erosivos em escala regional. Quando acessado na plataforma do PronaSolos, pode ser confrontado com algumas unidades de planejamento, como bacias hidrográficas”, explica o pesquisador da Embrapa Silvio Bhering, coordenador do portfólio de projetos de Solos do Brasil.
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Mapas
O mapa da suscetibilidade aponta a sensibilidade dos solos à erosão provocada pela água em sua ambiência, ou seja, considerando a situação topográfica, ou relevo da paisagem, e as condições climáticas às quais estão submetidos. Os níveis de suscetibilidade são representados em cinco classes nominais de intensidade: muito baixa; baixa; média; alta e muito alta.
Já o mapa da vulnerabilidade mostra o grau de vulnerabilidade dos solos aos processos erosivos considerando o nível de exposição em função da cobertura vegetal natural ou do uso agropecuário. Os níveis de vulnerabilidade são representados pelas mesmas cinco classes de intensidade. Dois mapas estão disponíveis, um com informações de 1986 e outro de 2019, permitindo a comparação nesse intervalo de quase quatro décadas.
O mapa de erodibilidade expressa a capacidade do solo de resistir à erosão provocada pela água a partir de características intrínsecas, como a composição granulométrica, estrutura, conteúdo de carbono orgânico na camada superficial, permeabilidade, profundidade efetiva do solo e a presença ou ausência de camada compactada e pedregosidade. Esse modelo, ressaltam os pesquisadores, não considera fatores extrínsecos aos solos, como condições climáticas, relevo e cobertura vegetal.