Mercado

Fundo de investimentos reativa usina em 89 dias

Após sentir no ano passado os efeitos da grave crise que levou ao quase fechamento da principal geradora de renda e empregos local, a Usina Sobar, a pacata cidade paulista de Espírito Santo do Turvo recupera as esperanças. Um grupo de investidores ligados ao Banco Rural arrendou a empresa e em exatos 89 dias a fez ressurgir literalmente das cinzas, agora com outro nome, Agroindustrial Espírito Santo.

Há pouco mais de dois meses, exatamente no dia 10 de junho, o Fundo de Investimentos arrendou a Usina Sobar por quinze anos junto ao Banco Rural, que assumira o passivo da empresa.

No último 5 de setembro, apenas 89 dias depois da assinatura do contrato de arrendamento, a Usina Agreste (seu novo nome de fantasia) voltou a moer e a produzir álcool. Seu presidente executivo, Mauro Medeiros de Moura e sua diretoria não esconderam a satisfação ao receber uma amostra dos primeiros litros de álcool produzidos.

A rapidez da preparação da unidade para o início da moagem tem explicação. O Fundo de Investimentos buscou no mercado sucroalcooleiro do Centro/Sul e Nordeste uma equipe altamente profissional, a começar do próprio Mauro Medeiros. Os demais diretores contratados foram Henrique Dumont (financeiro), Francisco Bibiano (administrativo) e os gerentes Marcos Tenório (industrial), Juan Carlos (agrícola) e John Kennedy (motomecanização), além do assessor de diretoria Francisco Coelho.

Os investimentos iniciais na unidade foram de R$ 15 milhões, aplicados em recuperação, automação e informatização dos processos industrias.

Na área agrícola, a principal dificuldade foi a de restaurar a confiança dos parceiros e fornecedores.

A Agreste tem como meta para esta safra processar 300 mil toneladas de cana e produzir 24 milhões de litros de álcool, além de plantar 2 mil hectares de cana.

A partir da safra 2004/5 a Agroindustrial Espírito Santo terá mais cerca de 5 mil hectares plantados, com previsão de moer 600 mil toneladas de cana e produzir 50 milhões de litros de álcool. Em 2005 deverá receber plantio de mais 5 mil hectares, cujo total de cana deve resultar em moagem de 1 milhão de toneladas. O aumento será progressivo, até atingir a capacidade nominal da usina, de 1,5 milhão de toneladas.

A reativação da unidade é uma grande notícia para Espírito Santo do Turvo, de 5 mil habitantes. Afinal, só neste reinício de atividade a Usina Agreste vai utilizar mão-de-obra de cerca de 3 mil pessoas. Certamente o Espírito Santo deixou o lugar menos turvo.

Banner Evento Mobile