Mercado

Alagoas amplia safra em 5%

O maior produtor regional do Nordeste espera uma safra superior a registrada no período 2002/2003. De acordo com estimativas do Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool de Alagoas (Sindaçúcar/AL) as usinas e destilarias estaduais deverão esmagar cerca de 25 milhões de toneladas. O estado possui atualmente 440 mil hectares cultivados e 380 mil hectares a colher. Este volume deverá resultar na produção de 42 milhões de sacas de açúcar e 650 milhões de litros de álcool. “O crescimento da produção de álcool se deve à necessidade de repormos os estoques de passagem. Na safra anterior enviamos cerca de 80 milhões de litros para a região Centro-Sul de forma a evitar o desabastecimento daquela área”, diz o presidente do Sindaçúcar/AL, Pedro Robério de Melo Nogueira.

Segundo ele, das 25 milhões de toneladas de cana a serem colhidas nesta safra, volume semelhante ao registrado em 2002/2003, cerca de 45% serão originários de fornecedores. A receita prevista para esta safra é da ordem de R$ 1,8 bilhão, valor semelhante ao da safra passada em função da manutenção do mesmo preço médio da safra passada, segundo o presidente do Sindaçúcar/AL. As exportações deverão ter um peso significativo neste desempenho.

Para Nogueira, as vendas externas serão responsáveis por cerca de 50% da receita prevista. O volume de álcool negociado no mercado internacional deverá se situar entre 50 e 60 milhões de litros enquanto o açúcar deverá registrar a comercialização de 1,5 milhão de toneladas. O açúcar é responsável por 89% da pauta de exportações estadual e tem na Rússia o seu principal mercado.

Apesar das perspectivas otimistas o setor sucroalcooleiro alagoano se ressente da falta de uma política oficial para a atividade. “Isto não se refere apenas a Alagoas mas a todo o Nordeste. O maior exemplo é a taxa de eqüalização. O processo inteiro está parado desde dezembro de 2001, há quase 1,5 safra. Isto dificulta a competitividade frente às regiões Centro e Sul do País”, afirma. Segundo ele, dos cerca de R$ 270 milhões devidos pelo Governo Federal ao produtores nordestinos, aproximadamente 45% são pertencentes ao estado de Alagoas. No mercado externo as principais dificuldades referem-se às proteções e subsídios da comunidade internacional em defesa dos produtores locais.

Para Nogueira, a principal vitória do setor sucroalcooleiro alagoano na safra passada e que deverá ter reflexos significativos no período 2003/2004 foi a restauração do mercado de álcool. “A ampliação do álcool na composição da gasolina, de 20% para 25%, ampliou o mercado nacional em cerca de 500 milhões de litros. Além disso os produtores regionais garantiram, na safra passada, o abastecimento do Nordeste e enviaram 80 milhões de litros para o Centro-Sul”, afirma.

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