O Grupo Tereos detém usinas de cana extremamente eficientes na área industrial. Parte desse sucesso passa pela competência de seus profissionais. Dentre eles, é preciso destacar seu projetista sênior, Roberto Galvão. Uma vez mais o profissional tem os holofotes da máxima eficiência industrial voltados para ele. A razão é que Galvão desenhou e implantou um projeto que apresenta três modificações que podem revolucionar a extração na moenda.
O projetista já é bem conhecido no setor pelas façanhas traçadas por seu compasso. No ano passado, chamou a atenção dos profissionais da área industrial ao apresentar orientações para fazer um ajuste eficaz nas Calhas Donelly. Essas calhas alimentam o 1º terno de moenda. Galvão comenta o projeto. “A Calha Donelly de alimentação por gravidade (Chute Donelly), é um condutor forcado para cana preparada, fixado na parte superior da correia transportadora e na parte inferior ao castelo da moenda. Encaixa-se perfeitamente aí, através da bica de entrada”.
O resultado – de acordo com ele – é que as mudanças nesta valha formada por chapas que faceiam o flange do rolo superior, a lateral do rolo de pressão e diâmetro médio do rolo de entrada, promoveu uma vedação perfeita para o bagaço.
O projetista apresentou as dimensões das mudanças, assim como os desenhos dos projetos durante a 1ª Maratona SINATUB – Recepção, Preparo e Extração (Moenda & Difusor) realizada no 3 e 4 de novembro pelo JornalCana. Com moderação do diretor da Procana, o jornalista Josias Messias, o evento online contou com patrocínio da DEDINI, GDT by Pró-Usinas, Pró-Usinas, GDT, MEFSA, S-PAA Soteica.
Na regulagem de moenda, Galvão comenta que inicia seu novo projeto buscando uma melhor regulagem da moenda. Para isso, ele fez alterações na área de regulagem do castelo e no traçado da bagaceira. Em segundo lugar, o projetista recalculou o desenho dos cabeçotes objetivando equilibrar melhor a pressão hidráulica e trabalhou nas dimensões dos mancais, melhorando a pressão e a resistência mecânica. Finalmente, Galvão se empenhou em aperfeiçoar a taxa de embebição. Os resultados foram significativos, obtendo uma boa embebição com moagem de 800 TCH, com a fibra da cana em 13%.
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Douglas Mariani, consultor da Soteica, falou sobre otimização da extração e de processos por meio da otimização em tempo real e mostrou resultados a partir da implantação do S-PAA. O sistema funciona através de 4 componentes principais, sendo eles, a aquisição dos dados e suas análises matemáticas (big data); modelo representativo da planta real (realidade aumentada); simulação e otimização e atuação na planta real ou sugestão de atuação, com integração de sistemas.
O S-PAA já foi implantado em 50 plantas industriais, gerenciando mais de 19.200.000 litros de etanol por dia, 580.000 sacas de açúcar por dia, 6,4 GW por ano e retorno médio de R$ 2,8 milhões por projeto
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Igor Botrel, gerente industrial da Usina Pitangueiras, confirmou os bons resultados obtidos a partir da implantação do S-PAA na unidade. O sistema funciona ali desde a safra 2015/16, sendo a primeira usina de São Paulo a implantar a plataforma de Gestão Industrial Avançada S-PAA. A unidade possui o software atuando em laço fechado na cogeração, na moenda, no controle de fluxo de caldo, na fermentação e na destilaria.
De acordo com Botrel, a unidade se destaca também no desenvolvimento e execução do PDCA Online, através do C.R.A. 4.0. “É um projeto que visa a tratativa da operação da Usina Pitangueiras em tempo real das não conformidades de processo, gerando uma operação mais autônoma e responsável pelo seu setor. Isso faz com que os gestores dos setores trabalhem com maior disponibilidade de tempo em melhorias”, explicou.
O profissional apresentou ainda dados do laço fechado do S-PAA na moenda, utilizando análises com o sistema NIR Online. “A principal funcionalidade do equipamento é medir em tempo real a qualidade da matéria-prima recebida, onde extrai os valores de brix, pol, umidade e fibra da cana-de-açúcar”, comentou.
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Marcus Lages, gerente corporativo industrial da SJC Bioenergia, apresentou a palestra “Evolução da extração na Usina Rio Dourado” e mostrou os pontos importantes para boa extração no difusor. Entre eles, o profissional indicou que a altura do colchão de cana desfibrada deve ter entre 1,40 e 1,60 m, sendo a nominal igual a 1,50 m. Já a temperatura interna, controlada ao longo do difusor, deverá estar entre 80 e 85oC e o tempo de retenção deve atingir 98% de extração, em 87 minutos ou 97% em 67 minutos e 96% de extração em 54 minutos.
A usina acabou de implantar o S-PAA – laço fechado no difusor, que tem influência na moagem, estratégia e níveis captadores. “O uso do S-PAA proporcionou a gente ter uma extração acima de 96, moendo acima da capacidade do difusor. É um resultado bastante satisfatório”, concluiu.
Esta matéria faz parte da Edição 321 do JornalCana. Para conferir, clique AQUI.