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Lucro da São Martinho cresce 169,4% no 2º trimestre da safra 20/21

Receita líquida da companhia totalizou R$ 925,5 milhões

Lucro da São Martinho cresce 169,4% no 2º trimestre da safra 20/21

A São Martinho divulgou na noite desta segunda-feira (9/11) os resultados do 2º trimestre da safra 20/21. Durante o primeiro semestre, a companhia processou 20,1 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, com alta de 6,3% em comparação com o mesmo período da safra 19/20, refletindo no crescimento da produção de açúcar, em linha com a estratégia de direcionar maior mix para o produto nesta safra.

O resultado é reflexo, principalmente, do maior aproveitamento do tempo para colheita, em decorrência do clima mais seco observado ao longo do período. O aumento de moagem, combinado com o ATR médio 5,1%, superior, resultou em 11,7% a mais de ATR produzido no semestre.

“Dessa forma, com o aumento do ATR médio – apesar de redução do TCH (toneladas por hectare) – reforçamos nosso guidance oficial de produção em total de ATR produzido para a safra 20/21, com previsão de encerramento da moagem nas quatro unidades dentro do mês de novembro/20”, explicou a São Martinho.

Companhia processou 20,1 milhões de toneladas de cana no primeiro semestre

Diante deste cenário, a companhia acelerou as fixações de açúcar tanto para a safra 20/21, como para a safra 21/22. “Em 30 de setembro de 2020, tínhamos um volume cerca de 588 mil toneladas de açúcar fixadas para os próximos trimestres da safra 20/21, o que representa ~95% da cana própria, a um preço médio de R$ 1.432/ton. Para a safra 21/22, as fixações totalizavam cerca de 652 mil tons de açúcar a um preço médio de R$ 1.540/ton, o que representa 44% da cana própria”, afirmou a empresa.

Com a melhor performance operacional e financeira, o lucro caixa da companhia totalizou R$ 313,3 milhões no segundo trimestre – uma alta de 169,4% ante o 2º trimestre da safra anterior. No semestre, o lucro caixa totalizou R$ 461,3 milhões, um aumento de 152,3% em relação ao mesmo período da safra anterior.

O EBITDA Ajustado totalizou R$ 476 milhões no segundo trimestre, alta de +22,8%, com margem EBITDA Ajustada de 52%. No acumulado da safra o EBITDA Ajustado aumentou 31,4%, atingindo R$ 967,7 milhões, com margem EBITDA Ajustada de 49,6%, refletindo, principalmente, o maior volume vendido de açúcar (+84%) a preços superiores (+14%) em relação do 6M20.

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Já a receita líquida da companhia, no segundo trimestre da safra 20/21, totalizou R$ 925,5 milhões, 20,2% superior ao mesmo período da safra anterior, resultado, principalmente, do melhor preço médio de comercialização de açúcar (+9%) e etanol (+6%¹), além do maior volume de vendas de açúcar no período (+74%).

No período acumulado, a receita subiu 28,0%, totalizando R$ 1.951,7 milhões devido, principalmente, ao maior volume vendido de açúcar (+84%) a preços superiores (+14%) em relação do 6M20.

A receita líquida das vendas de açúcar totalizou R$ 411,8 milhões no 2T21, um aumento de 89,7% em relação ao mesmo período da safra anterior. No período acumulado do semestre, a receita líquida de açúcar somou R$ 989,1 milhões, um aumento de 108,7% em relação ao mesmo período anterior.

No caso do etanol, a receita líquida das vendas do biocombustível totalizou R$ 407,6 milhões, 7,0% inferior ao periodo anterior, refletindo, principalmente, a queda de 11,0% no volume vendido, apesar do aumento de 4,5% no preço médio de comercialização.

A São Martinho já fixou ~652 mil tons de açúcar a um preço médio de ~R$ 1.540/ton para a safra 21/22

No acumulado da safra, a receita líquida de vendas de etanol foi 9,3% inferior ao mesmo período da safra anterior, somando R$ 766,4 milhões, em decorrência, principalmente, do menor volume vendido (-4,2%), combinado com o preço 5,3% inferior comparado ao semestre passado.

A receita líquida de comercialização de energia elétrica totalizou R$ 71,0 milhões no 2T21, apresentando uma redução de 7,9% em relação ao 2T20, resultado, principalmente, do menor preço spot médio realizado no período. No acumulado da safra, a receita líquida de energia caiu 6,3%, somando R$ 135,5 milhões, refletindo, principalmente, o mesmo efeito ocorrido no trimestre.

A receita líquida de comercialização de levedura totalizou R$ 19,3 milhões no 2T21, apresentando aumento de 87,2% em relação ao mesmo trimestre da safra anterior. Para o período acumulado da safra, a receita líquida de levedura subiu 78,5% em relação ao 6M20, somando R$ 29,8 milhões.

No 2T21, as despesas com vendas totalizaram R$ 42,0 milhões, um aumento de 12,9% em relação ao 2T20. No acumulado da safra, as despesas ficaram 39,2% superiores quando comparado ao 6M20, somando R$ 87,3 milhões.

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Segundo a São Martinho, o aumento dos gastos está relacionado, principalmente, ao maior volume exportado de açúcar em relação aos mesmos períodos da safra anterior.

Em setembro/2020, a dívida líquida da companhia totalizou R$ 2,9 bilhões, estável em relação a março/2020.

O capex de manutenção da companhia somou R$ 230,5 milhões no 2T21, um aumento de 11,5% comparado ao mesmo período da safra anterior. No período acumulado, o aumento foi de 9,0%.

Receita líquida das vendas de etanol totalizou R$ 407,6 milhões no 2T21, 7,0% inferior ao 2T20

“Em junho/2020, estimamos para a safra 20/21 um capex de manutenção de aproximadamente R$ 1.170 milhões e cerca de R$ 100 milhões adicionais relacionados à investimentos em melhoria operacional e projetos. Considerando que, ao longo dos últimos meses tivemos uma melhora das condições de mercado, aprovamos a retomada de projetos adicionais para a safra 20/21”, informou a empresa.

Assim, foi iniciado o desembolso relacionado ao projeto de cogeração (leilão A-6), que deverá totalizar cerca de R$ 35 milhões até o encerramento da safra 20/21 e, adicionalmente, foi aprovado projetos, que somam cerca de R$ 200 milhões, com  desembolsos realizados parcialmente até o encerramento da safra 20/21, e no início da safra 21/22.

Segundo a São Martinho, os projetos estão relacionados, principalmente, ao aumento de aproximadamente 50 mil tons na produção de açúcar nas usinas de São Paulo; a  otimização na extração e geração de energia na Usina Boa Vista; a produção de etanol industrial para fins de exportação na Usina Santa Cruz; e a otimização nos processos agrícolas relacionados à colheita e tratos culturais.

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Com relação ao 6º programa de recompra de até 10 milhões de ações com prazo até dezembro de 2020, a companhia havia adquirido, até setembro, 4.427.600 ações, ao preço médio de R$ 18,78/ação, totalizando um investimento de R$ 83,1 milhões.

O programa, aprovado em 24 de junho de 2019, tem o objetivo de realizar a aplicação eficiente dos recursos disponíveis em caixa de modo a maximizar a alocação de capital e a geração de valor para os acionistas.

Já em relação aos CBios, a companhia informou que possuía, em 30 de setembro de 2020, a 631 mil créditos de carbono emitidos.