“Real mais forte com o petróleo circulando entre 40-45 dólares por tonelada vai forçar a Petrobras a reduzir o preço da gasolina na bomba pressionando o etanol. Por outro lado, as vendas de etanol continuam se recuperando e devemos ter preços remuneradores na entressafra em função da previsão de um estoque de passagem bastante reduzido”, afirma Arnaldo Luiz Corrêa, da Archer Consulting.
De acordo com o consultor, a equação de equilíbrio sofrerá mudança nas suas variáveis caso o caminho do real seja o de continuada valorização e o esperado mix maximizando a produção de açúcar para o ano que vem pode não ocorrer.
Corrêa ressaltou que, na última semana, com o mercado ansioso, aguardando a eleição americana, o açúcar em NY com vencimento em março/21, encerrou a semana a 14.91 centavos de dólar por libra-peso. Já os demais meses ao longo de toda a curva que vai de maio/21 até julho/23 encerraram em alta que variou entre seis e nove dólares por tonelada.
“O real teve uma espetacular valorização em relação ao dólar, com mais de 6.6%, fazendo com que o valor médio do açúcar para a safra 21/22 despencasse R$ 118 por tonelada na semana enquanto a safra 22/23 encolhesse R$ 111 por tonelada. Agora, para poder recuperar os mesmos valores da semana anterior, em tese, NY teria que subir 100 pontos”, explica o consultor.
Em boletim divulgado no final de semana, Côrrea afirmou ainda que o governo indiano tem indicado que não vai estender o subsídio na exportação do adoçante para o ano safra recém iniciado naquele país.
Segundo o ministro do Comércio e Alimentos, Piyush Goyal, os subsídios ocorreram nos últimos anos para reduzir os estoques excedentes e compensar as usinas no pagamento de cana aos fornecedores.
“Rumores circulavam na semana que o subsídio poderia ser reduzido para 5,000 rúpias dos atuais 10,448”, diz, comentando ainda que os fundos reduziram a posição comprada em 17,000 lotes. “Agora, possuem 245,500 lotes”.