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ATR projeta queda no rendimento industrial

A safra 2003/04 do estado de São Paulo deve ser marcada por uma produtividade agrícola semelhante a do ciclo anterior, enquanto o rendimento industrial deverá registrar queda. A avaliação é de técnicos de cooperativas, de fábricas e de associações de fornecedores de cana-de-açúcar.

As condições climáticas explicam o desempenho da safra 2002/03 e são as molas propulsoras da moagem prestes a ser iniciada já durante o mês de março. No ano passado, a seca constante, combinada com escassas chuvas, prejudicou a produtividade agrícola. Na média, chegou-se a 77 toneladas de planta por hectare. Em 2001, foram 82 toneladas por hectare.

Para este ano, o desempenho no campo deve se repetir. Da planta a ser cortada, cerca de 60% já estavam prontas em dezembro último, portanto antes da temporada de chuvas. “A produtividade deve igualar-se e está aquém dos prognósticos oficiais”, diz o engenheiro agrônomo Oswaldo Alonso, gerente da Divisão Técnica da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo – Canaoeste.

Há casos de ganho de produtividade, mas devido ao aumento da área plantada. A Associação dos Fornecedores de Cana da Média Sorocabana – Assocana, com sede em Assis – SP, estima em 7% a expansão de canaviais e, assim, a oferta da planta também deverá crescer no mesmo percentual. O avanço é impulsionado pela incidência pluviométrica, acumulada em 440 mililitros no início de fevereiro.

Em 2002, a média de produtividade foi de 84 toneladas por hectare entre os 254 fornecedores ligados à entidade. “O desempenho foi excelente porque, entre outros motivos, não enfrentamos a seca registrada em outras regiões do interior paulista”, explica Walter Silva, técnico agrícola e encarregado do escritório agrícola.

Já a queda da produtividade industrial – ou Açúcares Totais Renováveis – ATR, é uma aposta certa dos técnicos. O motivo é que a luminosidade solar registrada no ano passado em favor da fotossíntese não foi registrada entre janeiro e o começo de fevereiro último. O resultado é menor rendimento de ATR. No Centro-Sul, a média é de 140 a 145 quilos de açúcares totais por tonelada de cana. Boletim divulgado pela União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica) revela que, no interior paulista, a média foi de 147 quilos de ATR.

Silva, da Assocana, não acredita que em queda do ATR. “Isso porque no caso de nossos associados já registramos queda na safra anterior, com a média de 137,5 quilos por tonelada de planta”, observa.

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