Mercado

Chuvas impedem plantio de cana no interior de SP

As chuvas intensas impediram o plantio de um grande volume de cana nova (para safra 2004/05), que normalmente acontece entre janeiro e março.

Apenas na Cia Energética Santa Elisa deixaram de ser plantados cerca de 2 mil hectares.

O agrônomo da Santa Elisa, Valmir Barbosa, explica que por isso o plantio pode avançar para os meses de abril e maio, o que pode provocar perda de rendimento. “A área de renovação de plantio normalmente é de 20% da lavoura. Com as chuvas, 10% dessa área terão o plantio prejudicado, o que pode proporcionar queda de 1,2% na colheita total da safra do próximo ano”, analisa.

Sobre a cana que será colhida na safra deste ano, ainda é cedo para calcular o impacto da chuva, mas segundo Barbosa, os efeitos da falta de sol, que produz baixa luminosidade, podem ser amenizados com a evaporação da água da chuva que ocorreu normalmente.

De acordo com o diretor agrícola, Paulo Castilho, as fortes chuvas impedem o trato cultural, permitem o crescimento do mato entre a cana, favorecem o surgimento da cigarrinha, praga mais comum na lavoura, e dificultam seu combate. Outro aspecto é a possibilidade de erosão e lixiviação (infiltração da água na terra até atingir o lençol freático). Nesse caso, a terra pode perder nutrientes.

Para Maurílio Biagi Filho, conselheiro da CESE e da União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo – UNICA, o excesso de chuva representa uma dificuldade a mais que os produtores terão que enfrentar na safrinha de abril. “É um complicador a mais para o início da colheita mas não podemos deixar de cumprir o compromisso que assumimos com o governo de moer com antecedência para produzir álcool”, afirma. O setor concordou em antecipar em um mês o início da colheita para produzir 600 milhões de litros de álcool em abril e maio.

Banner Evento Mobile