Uma parceria entre a Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) com a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) possibilitou a distribuição de clones promissores de cana-de-açúcar a pequenos produtores da Paraíba.
O material oferecido foi desenvolvido pela Ridesa, na estação de Carpina (PE) e distribuídos na Estação Experimentação do Camaratuba. Trata-se dos clones da RB-021754 e da RB-041443.
As variedades têm como diferenciais a adaptabilidade às condições diversas para o plantio, como variações de solo ou de índices pluviométricos, além deles terem um maior índice de Açúcar Total Recuperável (ATR).
“Como a remuneração dos produtores de cana é baseada no ATR, quando a matéria-prima tem índices maiores de ATR, isso influencia diretamente no ganho do produtor”, explica o engenheiro agrônomo da Asplan, Luis Augusto.
O agrônomo destaca outro aspecto importante sobre pesquisa científica no segmento de cana-de-açúcar que não recomenda concentrações de variedades cultivas superiores a 20%.
“A Paraíba tem uma predominância em torno de 60% da cana 579. Assim, a distribuição destes clones contribui também para a diversificação dos cultivos e, consequentemente, para dar mais segurança à produção”, atesta ele.
LEIA MAIS > Plantio de cana: saiba o que é preciso fazer antes do replantio para baixar os custos
De acordo com o agrônomo, a RB-021754 tem se mostrado precoce e com alta produtividade em termos de toneladas por hectare e também de ATR. Tem ainda uma performance e uma produtividade por hectare 8,79% maior do que a variedade 579 e também maior percentual de ATR, algo em torno de 2,09% a mais. Já o clone RB-041443 apresenta um resultado superior de 27,63% de tonelada de cana por hectare em relação a 579.
O produtor Cléber Guedes foi um dos que se beneficiou com a parceria. “Se não fosse esse trabalho feito em conjunto pela Asplan e Senar, nós não teríamos a oportunidade de receber clones promissores como esses”, disse.
De acordo com o diretor do Departamento Técnico da Asplan, Neto Siqueira, explica que o departamento técnico da entidade tem também o objetivo de testar e trazer inovações tecnológicas e fazer a difusão e multiplicação de mudas e sementes de qualidade. “Esses clones, por exemplo, foram conseguidos com a Ridesa, numa parceria que nós temos há mais de 20 anos e que colocamos agora à disposição do produtor”, afirma.
O técnico de campo do Senar, Erik Amorim, responsável pelo trabalho, lembra que essa ação possibilita o acesso aos produtores paraibanos de uma tecnologia que já existe em outros locais.
“Nós trazemos a tecnologia que já está estabelecida, em grandes centros e em empresas, para a realidade do produtor paraibano, adaptando isso para o seu potencial, levando em consideração as suas dificuldades e condições da sua propriedade. Isso significa trazer a ciência para dentro da fazenda”, disse Amorim, lembrando que o Senar-PB foi pioneiro em nível nacional na oferta da ATeG focada em cana.