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Usinas antecipam soluções para eventual falta d´água

Não é à toa que boa parte das unidades produtoras funciona às margens de rios e açudes no Brasil. Afinal, cada planta utiliza grande quantidade de água no processo industrial.

O alto consumo que envolve o processo industrial, somado às questões ambientais, à alta taxação e à futura escassez do produto água no planeta têm levado os executivos das usinas a sair em busca de novas estratégias para economizar o melhor e mais vital dos líquidos.

Segundo informações do engenheiro químico Homero Leite, o setor sucroalcooleiro utiliza em média 20 m3 de água por tonelada de cana. Desse total, 30% são utilizadas pelos multi-jatos, 21% pelos condensadores de álcool, 19% na lavagem de cana, cerca de 16% no resfriamento de dornas e o restante é aplicado em outros equipamentos.

Com a possibilidade de escassez de água e a possibilidade de taxação desse recurso natural, o setor está atento às mudanças e a cada ano implanta novas tecnologias e melhorias no parque industrial.

Há dois anos, a Usina Colombo resolveu implantar um sistema de tratamento de água industrial para contribuir com o meio ambiente, sem utilizar produtos químicos, melhorando a qualidade antes de devolvê-la à represa da usina.

Reinaldo Motta, químico industrial da Usina Colombo, informa que todos os condensados da indústria são reaproveitados e as águas de lavagem de piso e equipamentos – em torno de 100 a 150 m3/hora – são devolvidos à natureza após o tratamento.

O sistema é simples. Toda a sobra da água de processos utilizados na indústria, caldo, água com sabão, solupam, graxa com DQO – Demanda Química do Oxigênio de 1000 a 1200 – é lançada em uma lagoa de equalização, depois em uma lagoa de aeração onde recebe lodo biológico para que as bactérias degradem a carga orgânica. Em seguida são lançadas em um decantador secundário, em uma lagoa de polimento ambos com bordas de concreto e posteriormente à represa, com índice de DQO de 30 a 40, em condições normais. “Pretendemos reutilizar essa água para limpeza em geral, talvez até instalar um lavador de caminhões”, informa.

Confira matéria completa na edição deste mês do JornalCana.

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