A comunicação ganhou mais protagonismo nesta pandemia e mostrou ser essencial neste momento desafiador, tanto para disseminar o discurso da empresa, informar com transparência e agilidade, engajar os colaboradores, como para mitigar crises, ajudando a diminuir a ansiedade e os temores que podem aparecer com ela.
A busca de maneiras mais eficazes para comunicar passou a fazer parte do “novo normal” neste atual cenário e a transformação digital chegou com força total, diante da imposição do isolamento social, contribuindo neste sentido.
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O assunto foi tema de um webinar realizado pela União Nacional da Bioenergia (UDOP) e debatido por profissionais da área de grandes unidades produtoras, que mostraram as decisões tomadas para proteger o negócio, seus funcionários e a sociedade em geral.
“A área de comunicação é extremamente estratégica, precisa estar sempre de mão dada com a liderança, mais ainda neste momento”, ressaltou Amanda Morais, coordenadora de Comunicação Corporativa da Raízen, comentando que a empresa produziu diversos comunicados a fim de deixar o funcionário a par do que estava acontecendo e sobre as iniciativas tomadas pela companhia em relação à pandemia, transmitindo assim, tranquilidade.
A empresa lançou também um novo canal chamado Workplace, estilo um facebook interno. Com realização de lives, ação estreada pelo presidente da empresa, Ricardo Mussa, a nova plataforma conecta pessoas de toda organização, possibilitando a troca de experiências e conhecimento, difundindo informações e cultura, especialmente para a liderança e rede de agentes de comunicação.
Eventos tradicionais, como da área de segurança, já foram realizados nas plataformas digitais também, o que exige uma nova maneira de comunicar. “A gente teve que se adaptar. Estamos estimulando muito mais a nossa criatividade. Já que não dá para fazer do jeito de sempre, vamos pensar de um jeito diferente e está ficando tão legal ou mais do que antes”, avaliou.
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Amanda comentou ainda que a Raízen realizou diversas ações durante este período de COVID-19, como a doação de mais de um milhão de litros de álcool, para 98 hospitais, contemplando 76 cidades de sete estados. Também fez parcerias com grandes empresas como Natura e Ype, entre outras, além da doação de álcool 70% para a Droga Raia, sendo que o lucro da venda do produto seria doado para iniciativa de combate ao coronavírus.
Ações nos postos Shell foram contempladas também nesta campanha. “No final do dia conseguimos contar uma história bonita que a imprensa comprou muito bem”, disse, comentando que as boas iniciativas foram divulgadas em diversos veículos de comunicação, ressaltando a solidariedade do setor sucroenergético.
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“O foco da empresa neste cenário de pandemia foi o público interno, embora paralelamente foi necessário adequar as estratégias de comunicação em todas as frentes”, explicou Michele Izawa, gerente de Comunicação Corporativa da Atvos. Segundo ela, alinhar discurso, readequar a linha editorial e reforçar campanhas de segurança e prevenção de forma dinâmica, levando em consideração o papel social da usina no ambiente que está inserida, é essencial.
Neste contexto, a interação com a comunidade tem grande relevância, afirmou a profissional, reforçando a importância da comunicação assertiva em meio a pandemia, que além de ser vital, pode otimizar algumas situações, ajudando a potencializar a compreensão e minimizar desentendimento.
Como por exemplo, explicar que a usina é considerada essencial, portanto, deve continuar suas atividades, mantendo medidas de segurança e prevenção. O fato causou certo desconforto em outros segmentos também devido à exigência da quarentena, mas foi compreendido após as ações de comunicação.
Ultrapassando fronteiras
“A pandemia é a grande oportunidade de transformação da comunicação. Nunca nos preocupamos tanto em falar coisas boas que nós já fazíamos”, disse Marcelo Marinheiro Speltz, gerente executivo de RH e Comunicação da UISA, comentando que o endomarketing ultrapassou as fronteiras da usina para também informar a comunidade. Já tão aplicada no campo, a tecnologia passou a fazer mais ainda parte do dia a dia contribuindo neste sentido.
“A maioria das usinas está alocada em micro regiões que são quase dependentes da empresa. Usamos o modo digital para fazer uma prestação de serviço público, pois muitas vezes é o único canal da cidade, já que em alguns locais não tem nem jornal”, explica.
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Segundo Speltz, o uso da plataforma digital é importante, pois possibilita chegar informações com mais agilidade aos funcionários que estão em home office ou prestando algum serviço fora da unidade produtora, evitando assim a propagação de informações desconexas que vêm para causar pavor. Ter transparência, uma equipe de comunicação engajada com o negócio e próxima da estratégia da empresa, também “dá velocidade para contar para os funcionários o que está acontecendo de verdade e aí você mitiga o popular rádio peão”, elucida.
“Na UISA disponibilizamos um chat para os funcionários interagirem com um atendente virtual, que traz informações de fontes oficiais do Governo”, contou, reforçando que o novo jeito de trabalho, possibilitará às usinas interagirem muito mais entre suas unidades e outras empresas, sem necessidades dos grandes descolamentos.
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Nicholas Vital, jornalista curador do Lab de Comunicação para Agro da Aberje, ressaltou que o uso do ambiente virtual é o novo normal e veio para ficar. “Fomos forçados a aderir às novas tecnologias e isso não tem mais volta”, disse. Ele reforçou que é uma oportunidade para o agro mostrar o seu valor, já que o setor sempre foi criticado por ter uma comunicação ineficiente.
Durante o webinar, os participantes comentaram sobre a campanha #AbasteçacomEtanol para incentivar o consumo de etanol combustível e valorizar a indústria nacional sucroenergética lançada pela (UDOP).
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