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Cetesb aponta melhora na qualidade das águas para abastecimento

A CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental disponibiliza nesta quarta-feira (23/3) o Relatório da Qualidade das Águas Interiores 2004.

O documento é elaborado com base na análise dos dados coletados por sua Rede de Monitoramento, que conta com 316 estações manuais e 14 estações automáticas, além de 61 pontos de captação de água bruta para abastecimento público, em todo o Estado. O relatório é produzido há 30 anos, quando a rede contava com apenas 46 pontos de amostragem e foi sendo ampliado ao longo do tempo, reunindo informações que possibilitam o acompanhamento e a evolução das condições dos principais rios e reservatórios situados nas 22 Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHIs) do Estado de São Paulo.

Disponível para “download” no site www.cetesb.sp.gov.br, o relatório de cerca de 300 páginas indica os percentuais de coleta e tratamento de esgotos domésticos, dados sobre cargas orgânicas, assim como dos acidentes ambientais e a situação dos corpos d´água receptores desses lançamentos em cada um dos 645 municípios paulistas. Publicado desde 1978, os relatórios de qualidade das águas interiores subsidiam as ações de controle da poluição, os comitês de bacia e os setores das administrações municipais, estadual e federal que atuam na recuperação da qualidade das águas dos rios e reservatórios existentes no território paulista.

Situação atual – O relatório mostra crescimento significativo do número de cidades com coleta e tratamento de esgoto, que em 2004 atingiu 39% dos 645 municípios paulistas, enquanto em 2003 este número era de 37% e em 2002 envolvia apenas 30% das cidades em todo o Estado de São Paulo.

Em relação às bacias, temos 38% de esgoto tratado na Bacia do Alto Tietê e 59% na Baixada Santista, percentuais bastante significativos quando consideradas as altas taxas populacionais e de industrialização nessas regiões. Outras áreas apresentam porcentagens mais elevadas, mas um índice de densidade populacional e de atividade industrial mais reduzido. São os casos da Bacia do Sapucaí-Grande, situada na divisa com Minas Gerais, com índice de 60% de esgotos tratados, ou São José do Dourados (98%), Médio Paranapanema (62%) e Aguapeí (80%), localizados em regiões onde predominam a agropecuária e com baixa densidade populacional.

Entre os dados que também merecem destaque está a melhoria da qualidade das águas nos 61 pontos de captação para o abastecimento público, com índice 17% superior ao constatado em 2003. Este dado torna-se ainda mais expressivo quando se sabe que 70% dos pontos que apresentaram melhoria abastecem as regiões da Grande São Paulo e Campinas, que reúnem mais da metade da população do Estado (cerca de 20 milhões de habitantes).

Embora o esgoto doméstico se constitua, atualmente, na maior fonte de

poluição das águas, é surpreendente também a contaminação provocada por acidentes ambientais com produtos químicos envolvendo os recursos hídricos.

Nesses casos, o maior destaque é o transporte rodoviário, responsável por 32% desse tipo de contaminação, seguido pelos postos de revenda de combustíveis (10%) e transporte por duto (7%).