A geração da biomassa ofertada no Brasil para a rede foi de 4.721 GWh, de janeiro a abril deste ano, o equivalente a 10% do consumo de energia elétrica do estado de São Paulo no mesmo período, conforme levantamento Feito pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), com base em dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
O número representa crescimento de 12% quando comparado aos primeiros quatro meses de 2019. A informação é referente à geração a partir da biomassa em geral, incluindo o bagaço e a palha da cana-de-açúcar. A maior variação mensal no período ocorreu em abril, com um crescimento de 23% da geração de bioeletricidade frente ao mesmo mês de 2019.
De acordo com Zilmar Souza, gerente de bioeletricidade da UNICA, o salto em abril deve-se ao início da safra da cana-de-açúcar na principal região produtora do país, a região Centro-Sul. O levantamento mostrou que, entre 1º de abril e 1º de maio de 2020, o volume de cana-de-açúcar processado no Centro-Sul teve incremento de 32% em relação ao mesmo período da safra anterior.
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Segundo o especialista, os números evidenciam a importância do setor sucroenergético para a oferta de bioeletricidade para o sistema elétrico nacional, considerando que a biomassa da cana costuma representar sozinha mais de 80% da bioeletricidade ofertada no país.
“Assim que a safra se inicia, a geração começa em uma oferta contínua até o final da moagem, entregando ao sistema uma eletricidade de fonte renovável, não-intermitente, que evita emissões de gases de efeito estufa e que está próxima dos centros consumidores, minimizando perdas na transmissão”, comenta Souza.
De acordo com a UNICA, em 2019, a bioeletricidade sucroenergética ofertada para a rede totalizou 22.407 GWh, respondendo por 82% de toda a geração de bioeletricidade para a rede no país. Essa geração foi equivalente a 5% do consumo nacional e significou, por conta da complementariedade com a fonte hidrelétrica, poupar 15 pontos percentuais da energia armazenada nos reservatórios hídricos do submercado Sudeste/Centro-Oeste, principal submercado geoelétrico do país.
“A expressiva contribuição da bioeletricidade para o sistema elétrico neste momento de pandemia reforça o papel estratégico do setor para o país. Preservar a cadeia sucroenergética possibilita avançar na oferta de produtos sustentáveis para a matriz brasileira”, avalia Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da UNICA.