Usinas

Estudo do IAC revela as novas práticas de renovação dos canaviais

Em 2020, esse levantamento foi respondido por 145 empresas produtoras de cana-de-açúcar em todo o Brasil

Estudo do IAC revela as novas práticas de renovação dos canaviais

Nos últimos quatro anos o Programa Cana IAC, pertencente à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, tem realizado pesquisa para caracterizar quais novas práticas têm sido utilizadas nas áreas de renovação dos canaviais brasileiros. Esse levantamento tem como principal objetivo identificar e quantificar o uso de técnicas mais modernas, aplicadas aos canaviais, partindo da hipótese que essas novas tecnologias estariam gerando melhores resultados agrícolas e aumentando a receita dos produtores.

Em 2020, esse levantamento foi respondido por 145 empresas produtoras de cana-de-açúcar em todo o Brasil, totalizando uma área de renovação superior a 715 mil hectares, distribuídos por 10 estados produtores. A área alcançada érecorde no Brasil para esse tipo de pesquisa.

O estado que gerou o maior número de respostas foi São Paulo onde 73 empresas responderam o questionário, amostra equivalente a 384 mil hectares, seguido de Minas Gerais (21 empresas e 72 mil hectares) e Paraná (16 empresas e 83 mil hectares), Goiás (16 empresas e 72 mil hectares) e Mato Grosso do Sul (10 empresas e 74 mil hectares).

Um dos principais temas estudados nessa pesquisa se referiu ao uso de nutrição foliar nas áreas de plantio. Inquiridas se usarão nutrição foliar nas áreas de renovação em 2020, 90% das empresas disseram que sim. Isso mostra o significativo avanço que essa técnica, já consagrada em diversas outras culturas, está alcançando nos últimos anos na canavicultura, chegando perto da unanimidade entre os produtores brasileiros.

Lançando um olhar mais crítico sobre os números levantados, percebe-se porém que esse avanço não ocorre de maneira uniforme em todas as regiões estudadas. Desse modo, enquanto nos estados de Goiás, Minas Gerais e na região de Jaú do estado de São Paulo, 100% das empresas pesquisadas disseram que utilizarão “nutrição foliar” em 2020, nas regiões de Ribeirão Preto (71% de respostas positivas), São José do Rio Preto (69%) e no estado do Mato Grosso do Sul (80%) essa tecnologia ainda não será adotada de maneira plena.

Analisando os fatores considerados restritivos para o uso da nutrição foliar, percebe-se que o custo da tecnologia ainda é o principal ponto destacado pelos produtores, indicado em 35% das respostas. Segue-se a esse, as citações relacionadas a dificuldade de operação, com 25% das respostas. Isso mostra que, como em todas novas tecnologias, existem pontos a serem melhorados nos próximos anos, próprio da curva de aprendizado.

Na avaliação das inúmeras tecnologias disponíveis no nosso mercado para o manejo dos micronutrientes pela nutrição foliar há opções interessantes que solucionam, em parte, os fatores indicados como restritivos. Algumas empresas fornecem suporte técnico presencial de pessoal treinado durante todas as operações de pulverização, entregando caldas prontas que dispensam o concurso de diluentes e adjuvantes. Isso é tido como vantagem para a operação, pois eliminam o oneroso transporte d’água potável e mesmo, dispensam a necessidade de recursos humanos por parte do canavicultor, para preparo da calda nutritiva e lavação de embalagens em campo. Vale destacar que diversos aspectos positivos já são observados pelos entrevistados em relação à “adubação foliar”. A maioria das respostas (36%) apontam, como principal impacto da técnica de “adubação foliar”, os ganhos na tonelada de cana por hectare. O segundo destaque, com 24% das citações dos questionários, são mencionados os ganhos de ATR.

page35image3817664page35image3820128
page35image3823936page35image3819904

O ESTADO QUE GEROU O MAIOR NÚMERO DE RESPOSTAS FOI SÃO PAULO ONDE 73 EMPRESAS RESPONDERAM O QUESTIONÁRIO, AMOSTRA EQUIVALENTE A 384 MIL HECTARES, SEGUIDO DE MINAS GERAIS (21 EMPRESAS E 72 MIL HECTARES) E PARANÁ (16 EMPRESAS E 83 MIL HECTARES), GOIÁS (16 EMPRESAS E 72 MIL HECTARES) E MATO GROSSO DO SUL (10 EMPRESAS E 74 MIL HECTARES)

Essa tecnologia quando avaliada sob o viés econômico, tem indicado retorno de investimentos interessantes, da ordem de até 6 por 1, quando consideramos os ganhos agrotecnológicos gerais (ATR por hectare). Destacamos ainda a importância de todos aqueles que permitiram produzir esta informação, perfazendo grande parte da área de cana que deverá ser plantado em 2020, no Brasil. A partir disso, o Programa Cana IAC quer deixar registrado o agrade- cimento a todos os envolvidos, que proporcionaram importantes análises estratégicas para o setor sucroenergético nacional.

Baixe o PDF da edição de maio/20 do JornalCana clicando aqui.