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Ambientalistas limpam o silo que armazenou soja transgênica

A APPA (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina) realizou ontem a limpeza simbólica do silo público onde estavam armazenadas 62 mil toneladas de soja geneticamente modificada. A operação contou com a participação de integrantes de entidades ambientalistas como o Greenpeace e as paranaenses Ecovida, Associação de Agricultura Orgânica (Aopa) e a Jornada de Agroecologia, além das organizações que apóiam a lei estadual que proíbe o transporte, comercialização e exportação de soja transgênica.

A limpeza realizada ontem foi um ato simbólico de higienização do silo público, com capacidade para 100 mil toneladas, que continha cerca de 62 mil toneladas de soja armazenada, contaminada com grãos geneticamente modificados.

Toda soja havia sido transferida dos armazéns da AGTL, empresa arrendatária do terminal de propriedade do governo paraguaio (num total de 19,5 mil toneladas), Cargill (exatas 5,9 mil toneladas) e da empresa Pazianelo (pouco mais 5 mil toneladas), única localizada na retroárea do Porto de Paranaguá. O restante da carga já estava estocada no silo da APPA e pertencia a pequenos exportadores, que não possuem silos.

O embarque do volume armazenado foi feito através de carregamentos nos navios “Apostolovo” e “Petalis”, que já levam a carga para a Itália e Portugal/Marrocos, respectivamente. Foram embarcadas no Porto de Paranaguá, em navios com bandeiras cipriota e malta, 62 mil toneladas de soja transgênica armazenada no silo público do terminal. A soja será exportada para Itália, Portugal e Marrocos. Os grãos estão sendo carregados com o conhecimento dos comandantes dos navios de que o produto foi classificado como geneticamente modificado.

Outras 12 mil toneladas de soja, também transgênica, que estão armazenadas no silão, e pertencentes a pequenos exportadores, estão sendo negociadas para que o armazém possa ficar livre desses produtos. Segundo o superintendente da APPA, Eduardo Requião, após essa transação, o terminal poderá receber, sem risco de contaminação, a soja convencional da safra 2003/2004 que está sendo plantada. (Fonte: ASSCOM – APPA)