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Unidades de conservação de SP terão empréstimo do BID

José Goldemberg, reempossado no cargo de secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, anunciou que as unidades de conservação do Estado deverão ser beneficiadas com um empréstimo de U$ 30 milhões de dólares, que está sendo negociado com o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID.

Em entrevista divulgada pela assessoria de imprensa da Secretaria, Goldemberg explica que a idéia é dotar os parques de maior infra-estrutura para a visitação pública, criando condições para que se tornem auto-financiáveis. “Por enquanto vivemos um círculo vicioso, em que parques com potencial turístico, como é caso das unidades localizadas no Vale do Ribeira, não atraem visitantes porque não têm uma boa estrutura e não têm boa estrutura porque não geram recursos. Dessa forma, o número de visitantes nestas unidades não chega a 200 mil por ano, enquanto milhões de pessoas costumam visitar parques americanos ou europeus, por exemplo”.

Outra forma de tornar os parques estaduais mais atraentes é a parceria com ONGs, facilitando a locação de recursos privados na manutenção das unidades de conservação, a exemplo do que já vem sendo feito pelo Ministério do Meio Ambiente em projetos na Amazônia. Segundo o Secretário, organizações como a SOS Mata Atlântica e o ISA – Instituto Socioambiental já se mostraram interessadas na parceria.

O Professor Goldemberg continuará empenhado também em tornar o sistema ambiental mais ágil e racional, o que ele resume como “colocar a máquina para funcionar”. Isso começou a ser feito assim que assumiu a pasta, em fevereiro de 2002, principalmente em relação a processos de licenciamento e a pendências que existiam na Secretaria do Meio Ambiente até o início deste ano.

“Há cerca de um mês conseguimos aprovar os dois decretos que vão modernizar a atuação da CETESB e que implicam em mudanças importantes. A primeira delas é a que cria a obrigatoriedade da renovação da licença ambiental. Com isso, as empresas terão que passar por avaliações mais constantes, o que facilitará a introdução do conceito de produção mais limpa, pois induzirá a modernização de seus processos produtivos para atender as exigências ambientais. A segunda mudança é a que permite a descentralização do processo de licenciamento para fontes menos impactantes e que podem ficar sob a responsabilidade do município, liberando a CETESB para uma atuação mais firme e freqüente junto as grandes fontes”, explica Goldemberg.

A proposta de modernização atinge também os órgãos de administração direta, como é o caso do Instituto Florestal, que deverá ganhar maior agilidade na nova gestão de Goldemberg. “Estamos procurando a melhor forma jurídica para a sua a atuação, o que talvez seja a transformação em uma autarquia. Mas isso ainda vai ser mais detalhado”, garantiu . O que já está definido, segundo o Secretário do Meio Ambiente, é a racionalização da distribuição dos órgãos que têm atendimento descentralizado, como é o caso da CETESB, do DEPRN e da Polícia Ambiental, com um total de aproximadamente 70 escritórios em diversos pontos do Estado. “A idéia e dinamizar o atendimento e racionalizar a atuação do sistema ambiental no Estado, seguindo o conceito do Poupa Tempo. Desta forma, pretendemos reunir o atendimento destes três órgãos em uma mesma unidade, que estarão divididas por Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos/UGRHIs”.

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