Os ganhos em investimentos com a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) chegarão a R$ 1,2 trilhão em 10 anos.
A projeção é de Miguel Ivan Lacerda, diretor de Biocombustíveis do Ministério das Minas e Energia, apresentada nesta quarta-feira (06/11).
Foi em audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado Federal, conforme conteúdo da Agência Senado.
Lacerda é um dos ‘pais’ do RenovaBio, política de estado que entrará em vigor em 24/12 próximo.
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Economia atual chega a R$ 5 bilhões por ano
A audiência foi conduzida pela senadora Katia Abreu (PDT-TO), para quem o consumidor brasileiro já é extremamente beneficiado pelo RenovaBio.
Isso porque o uso de etanol e biodiesel já proporciona uma economia de R$ 5 bilhões a cada ano nas bombas de combustíveis, relata a Agência Senado.
Ela lembrou que os biocombustíveis já respondem por 53% da energia do setor de transportes.
Lacerda concordou, dizendo que Brasil já não sobrevive sem os biocombustíveis.
“O biodiesel tem baixado os preços para o consumidor médio nas cidades, para os caminhoneiros e no agronegócio [uso de tratores]”, disse.
“Sem eles, não existiria transporte neste país. E tudo isso com produção local, gerando emprego e renda aqui.”
Lacerda foi além: “e é bom lembrar que o Brasil não tem infraestrutura pra importar gasolina, por falta de portos suficientes, caso fôssemos substituir esta produção local.”
Hoje gastamos R$ 70 bilhões por ano importando gasolina, destaca ele, segundo a Agência Senado.
“Mas entendo que estes recursos podem ser economizados nos próximos anos.”
Ganhos ambientais
Por fim, o diretor do Minas e Energia disse que o uso de etanol e biodiesel nos próximos 10 anos, proporcionarão ganhos ambientais equivalentes ao plantio de 5 bilhões de árvores.
Mais do que as arvores existentes hoje na Inglaterra, Irlanda, Holanda, Suíça, Dinamarca e Bélgica somadas.
A bioquímica Glaucia Mendes, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), apresentou estudo publicado na revista científica britânica Nature.
O estudo demonstra que o etanol brasileiro pode, até 2045, substituir 13% do consumo de petróleo em todo o mundo.
Pode também contribuir com uma queda de 5,6% nas emissões de carbono mundialmente, no mesmo período.